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Vacina teuto-americana mostra resposta imune "robusta"

12 ago 2020 - 13h12
(atualizado às 13h13)
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Estudo mostrou aumento substancial nos anticorpos contra o novo coronavírus, segundo resultados preliminares publicados na "Nature". Vacina da Pfizer-BioNTech foi autorizada pela Anvisa para ser testada no Brasil.Uma vacina candidata contra covid-19 desenvolvida pela Pfizer e BioNTech mostrou induzir uma resposta imune robusta em ensaio clínico preliminar conduzido com 45 adultos saudáveis. Os resultados foram publicados nesta quarta-feira (12/08) na revista científica Nature.

Os anticorpos contra o Sars-Cov-2 permaneceram 21 dias após a primeira vacinação, mostraram testes
Os anticorpos contra o Sars-Cov-2 permaneceram 21 dias após a primeira vacinação, mostraram testes
Foto: DW / Deutsche Welle

A BNT162b1 é uma das quatro vacinas desenvolvidas pela empresa farmacêutica americana Pfizer em conjunto com a alemã BioNTech.

Todas as vacinas da parceria usam ácido ribonucleico (RNA) como mensageiro químico. Elas induzem as células humanas a produzirem proteínas que imitam a superfície externa do coronavírus Sars-Cov-2. O corpo reconhece essas proteínas como intrusas, desencadeando uma resposta imunológica contra o vírus real.

Além da BioNTech-Pfizer, a biofarmacêutica alemã CureVac também trabalha numa vacina de RNA mensageiro (mRNA). Outra empresa que investe nesse tratamento é a Moderna, dos Estados Unidos.

Os estudos clínicos das fases 1 e 2 foram realizados para avaliar a segurança, tolerabilidade e imunogenicidade da vacina. A BNT162b1, que é administrada por via intramuscular, foi testada em 45 adultos saudáveis (23 homens e 22 mulheres não grávidas) com idades entre 18 e 55 anos.

Os candidatos - designados aleatoriamente - receberam 10, 30 ou 100 microgramas (µg) da BNT162b1 ou um placebo; além disso, os participantes dos grupos de 10 µg e 30 µg também receberam uma segunda dose.

Os autores descobriram que a BNT162b1 foi geralmente bem tolerada, embora alguns participantes tenham experimentando efeitos colaterais leves a moderados dentro de sete dias após a vacinação, que aumentaram com o nível da dose.

As reações adversas mais comuns foram dor no local da injeção, fadiga, dor de cabeça, dor muscular, calafrios, febre e distúrbios do sono.

No entanto, segundo o estudo, a vacina provocou uma resposta imune robusta nos participantes, que aumentou com o nível da dose e com uma segunda dose.

Os anticorpos contra o Sars-Cov-2 permaneceram 21 dias após a primeira vacinação em todos os níveis de dose, e um aumento substancial nos anticorpos neutralizantes contra o coronavírus foi registrado sete dias após a segunda vacinação de 10 µg ou 30 µg. A resposta imune foi mais forte no grupo de 30 µg do que no grupo de 10 µg.

No entanto, não houve diferenças notáveis na resposta imunológica entre os grupos de 30 µg e 100 µg após a primeira dose e, uma vez que os participantes que receberam a dose de 100 µg também experimentaram efeitos colaterais maiores, eles não receberam uma segunda dose.

Os níveis de anticorpos neutralizantes dos participantes foram 1,9 a 4,6 vezes maiores do que os dos pacientes em recuperação da infecção pelo Sars-Cov-2.

No entanto, embora essa comparação seja uma referência para avaliar a resposta imune induzida pela vacina e seu potencial para fornecer proteção, os ensaios da fase 3 são necessários para determinar a eficácia da BNT162b1.

Adultos com idades entre 65 e 85 anos estão sendo recrutados para esse estudo e, em fases posteriores, a prioridade será dada ao recrutamento de populações mais diversas, observa o estudo.

No final de julho, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) deu autorização para a condução de estudos com as vacinas BNT162b1 e BNT162b2 (outra das quatro desenvolvidas pela BioNTech-Pfizer) no Brasil. A BNT162b2 já passou para a fase 2/3 e vem sendo aplicada em mil voluntários brasileiros.

JPS/efe/ots

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