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UE escolhe búlgara Kristalina Georgieva para dirigir FMI

3 ago 2019 - 06h58
(atualizado às 17h10)
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Escolha de Georgieva representa vitória de países do Leste Europeu e ainda terá que ser aprovada pelos demais integrantes do FMI. A instituição é tradicionalmente comandada por um representante da Europa.A búlgara Kristalina Georgieva, atual diretora-executiva do Banco Mundial, foi designada como a candidata europeia para dirigir o Fundo Monetário Internacional (FMI), informou o governo da França, que coordenava a negociação entre os 28 países da União Europeia em torno de um nome comum.

Processo de escolha de candidata búlgara mostrou divisão dentro da UE
Processo de escolha de candidata búlgara mostrou divisão dentro da UE
Foto: DW / Deutsche Welle

"Kristalina Georgieva é agora a candidata de todos os países europeus. Todos vamos apoiar a sua candidatura", escreveu no Twitter o ministro da Economia francês, Bruno Le Maire, no fim de uma teleconferência com os representantes de outras nações europeias, na noite desta sexta-feira (02/08).

A candidatura de Georgieva exigirá uma mudança no regulamento interno do FMI, já que, daqui a 11 dias, ela completará 66 anos, um a mais do que a idade máxima para assumir o cargo. Além disso, ela representa uma vitória dos países do Leste Europeu, que apostaram na candidata búlgara contra o holandês Jeroen Dijsselbloem, apoiado pela região norte do continente.

Também pelo Twitter, a candidata búlgara disse sentir-se "honrada" com sua indicação. Ela informou que deixará o posto de vice-presidente do Banco Mundial durante o processo de confirmação. O ex-ministro holandês de Finanças Dijsselbloem felicitou Georgieva pelo resultado e desejou-lhe "o maior sucesso possível".

O nome de Georgieva terá ainda que ser referendado pelos demais integrantes do FMI. Tradicionalmente a instituição é comandada por um representante europeu, enquanto o Banco Mundial é liderado por um americano.

A búlgara obteve o apoio de 56% dos países da UE, contra 44% de Dijsselbloem, para substituir a francesa Christine Lagarde, que deixou o cargo de diretora-gerente do FMI para assumir o comando do Banco Central Europeu (BCE).

O ainda presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker, usou o Twitter para parabenizar a esperada nova diretora-gerente do FMI, ressaltando que Georgieva tem todas as qualidades exigidas para contribuir positivamente com a instituição.

"Parabenizo Kristalina Georgieva pelo resultado das eleições europeias. Desejo a ela o máximo de sucesso", disse Juncker.

O resultado apertado mostra que os países da UE não foram capazes de formar consenso em torno de um único nome para dirigir o FMI. Às vésperas da escolha, os 28 integrantes do bloco ainda discutiam como reduzir a lista de indicados para chegar aos dois candidatos que participaram da votação.

O primeiro a cair foi o atual presidente do Eurogrupo, o português Mário Centeno, que se retirou ontem da disputa. Depois, desistiram a ministra interina da Economia da Espanha, Nadina Calviño, e o presidente do Banco Central da Finlândia, Olli Rehn, que também acabou derrotado na disputa para presidir o BCE contra Lagarde.

A França, que coordenava as negociações, concedeu ao Reino Unido no último momento a oportunidade de apresentar seu candidato, a fim levar em consideração o novo governo de Boris Johnson, que substituiu Theresa May no cargo de primeiro-ministro do país. No entanto, o líder conservador preferiu não indicar nomes para a disputa.

Georgieva terá agora até 6 de setembro para apresentar a candidatura oficialmente ao FMI, que quer ter um novo diretor-gerente até 4 de outubro. Espera-se que na votação haja um representante de países emergentes, que vêm reivindicando maior participação no comando das organizações financeiras internacionais.

CA/afp/efe/lusa

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