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Trump faz discurso nacionalista na ONU

24 set 2019 - 16h15
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Logo após fala de Bolsonaro, presidente americano diz que "futuro não pertence aos globalistas, mas aos patriotas". Também denuncia políticas de fronteiras abertas que, segundo ele, favorecem a imigração ilegal.O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, fez nesta terca-feira (24/09) um discurso repleto de mensagens nacionalistas na 74ª Assembleia Geral das Nações Unidas. Em uma fala que se estendeu por mais de 30 minutos, o americano lançou ataques contra Venezuela, Cuba e China e denunciou o que chamou de políticas de "fronteiras abertas" que, segundo ele, favorecem a imigração ilegal.

"Se você quer liberdade, mantenha sua soberania e, se quiser paz, ame sua nação", disse Trump. "O futuro não pertence aos globalistas. O futuro pertence aos patriotas. O futuro pertence a nações soberanas e independentes."

Trump falou logo depois do presidente Jair Bolsonaro, que também havia feito um discurso nacionalista agressivo repleto de denúncias ao "globalismo", um termo pejorativo para instituições e tratados internacionais usado por movimentos da direita nacionalista pelo mundo.

Trump fez críticas à ONU, mencionando com orgulho que seu governo se retirou em julho de um tratado internacional sobre comércio de armas patrocinado pela organização. "Não há nenhuma circunstância sob a qual os Estados Unidos permitirão que entidades internacionais atropelem os direitos de nossos cidadãos, incluindo o direito à legítima defesa", disse.

"Durante anos, esses abusos foram tolerados, ignorados ou até incentivados", continuou. "O globalismo exerceu uma influência religiosa sobre os líderes do passado, fazendo com que eles ignorassem seus próprios interesses nacionais. Mas, no que diz respeito aos EUA, esses dias acabaram."

Logo no início, Trump fez críticas ao governo da China, país com o qual tem travado uma desgastante guerra comercial. "A China não apenas se recusou a adotar reformas prometidas, como adotou um modelo econômico dependente de enormes barreiras comerciais, pesados subsídios estatais, manipulação de moeda, dumping de produtos, transferências forçadas de tecnologia e roubo de propriedade intelectual", disse.

Ele ainda chamou o venezuelano Nicolás Maduro de "fantoche" do regime cubano. "O ditador Maduro é um fantoche cubano, protegido por guarda-costas cubanos, que se esconde do seu próprio povo, enquanto Cuba rouba a riqueza do petróleo da Venezuela para sustentar seu próprio governo comunista corrupto", disse o americano.

O presidente ainda tratou de um dos temas mais caros ao seu governo: a imigração ilegal. Ele disse que esse é um dos desafios "mais críticos" do mundo e acusou ONGs e defensores da liberdade de movimento dos migrantes de estarem ajudando traficantes de pessoas e redes criminosas.

Trump defendeu as "medidas sem precedentes" que estão sendo tomadas por seu governo para combater a imigração ilegal. Ainda no tema, mandou uma mensagem direta àqueles que pretendem entrar nos EUA sem usar procedimentos legais.

"Escute estas palavras: não pague a traficantes, não pague a coiotes, não se coloque em risco, não coloque suas crianças em risco. Porque, se chegar aqui, não será permitido que entre, você vai voltar rapidamente para casa e não será colocado em liberdade no país", ameaçou. "Enquanto eu for presidente dos Estados Unidos, vamos aplicar as nossas leis e proteger as nossas fronteiras."

Ao mencionar o Irã, Trump disse que "todas as nações têm o dever de agir" e que "nenhum país deve subsidiar o comportamento sanguinário do Irã", e defendeu a imposição de mais sanções a Teerã. Por outro lado, evitou usar o mesmo tom agressivo que membros do seu governo haviam adotado contra o regime iraniano no âmbito do ataque às instalações petrolíferas sauditas em 14 de setembro.

Há dez dias, o secretário de Estado americano, Mike Pompeo, classificou a ação de "um ato de guerra" patrocinado pelo Irã. Mas Trump não apenas evitou repetir a frase de Pompeo como foi econômico nas manifestações de apoio aos sauditas.

O presidente ainda afirmou que "muitos de nossos amigos de hoje já foram nossos maiores inimigos" e que "os Estados Unidos nunca acreditaram em inimigos permanentes". "O objetivo da América não é travar essas guerras sem fim, guerras que nunca terminam", acrescentou.

JPS/ots

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