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Trump divulga carta de Kim e fala em "grande progresso"

12 jul 2018 - 20h06
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Um mês após cúpula em Cingapura, presidente dos EUA diz ter recebido mensagem "muito simpática" do líder norte-coreano. Cordial, carta pede ações concretas para fortalecer relação, em meio a dúvidas sobre reais avanços.O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, divulgou nesta quinta-feira (12/07), em seu perfil no Twitter, uma carta que disse ter recebido do líder norte-coreano, Kim Jong-un. A mensagem vem à tona um mês após a cúpula entre os dois dirigentes em Cingapura, em 12 de junho.

"Uma nota muito simpática do líder Kim da Coreia do Norte. Grande progresso sendo feito", escreveu ele ao publicar uma cópia da carta em coreano e sua tradução em inglês, datada de 6 de julho - dia em que o secretário de Estado, Mike Pompeo, viajou a Pyongyang para reuniões com o regime.

Segundo a versão traduzida, Kim - que chama Trump de "Sua Excelência" várias vezes ao longo do texto - afirma que o encontro em Cingapura, bem como a declaração conjunta assinada por ambos os líderes na ocasião, marca apenas "o início de uma jornada significativa".

"Eu agradeço profundamente os esforços enérgicos e extraordinários realizados por Sua Excelência Senhor Presidente para a melhoria das relações entre os dois países e a implementação fiel da declaração conjunta", escreve na carta.

O norte-coreano também diz acreditar firmemente que os "esforços sinceros e a abordagem única" por parte dos dois líderes em prol de um "novo futuro" para as relações entre Coreia do Norte e Estados Unidos chegarão a um bom resultado.

Por fim, ele pede ainda que sejam tomadas "ações concretas" a fim de fortalecer ainda mais a confiança que tem em Trump. "Estendo minha convicção de que o progresso histórico na promoção das relações entre os dois países permitirá nosso próximo encontro", conclui a carta.

Pela data, o documento parece ter sido emitido antes do encontro entre Pompeo e representantes do regime norte-coreano em Pyongyang, em 6 e 7 de julho, para discutir detalhes do desmantelamento do programa nuclear do país asiático, previsto no acordo de Cingapura.

Na ocasião, a rodada de negociações terminou com os dois países apresentando visões totalmente opostas sobre o resultado das conversas: enquanto Washington descreveu as discussões como "muito produtivas", Pyongyang classificou de "muito preocupante" e fez várias acusações contra o governo americano.

O regime norte-coreano vem defendendo um desarme gradual e multilateral em toda a península da Coreia, enquanto acusa os Estados Unidos de pressionarem por uma desnuclearização "unilateral e forçada" - exigências essas que são "similares às de um gângster", segundo Pyongyang.

Além da desnuclearização, outro tema prioritário para os EUA é a repatriação dos restos mortais dos soldados mortos durante a intervenção americana na Península Coreana durante a Guerra da Coreia (1950-1953). Em Cingapura, Kim teria se comprometido a atender ao pedido americano.

Contudo, uma reunião prevista para esta quinta-feira na zona desmilitarizada entre as duas Coreias, na qual representantes americanos e norte-coreanos discutiriam o tema, acabou não acontecendo.

Segundo a porta-voz do Departamento de Estado americano, Heather Nauert, Pyongyang pediu de última hora para que as discussões fossem adiadas para domingo. Os motivos não estão claros, mas a medida levanta dúvidas sobre o "grande progresso" apontado por Trump na mesma data.

EK/ap/efe/lusa/rtr

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