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Trump anuncia acordo para reabrir temporariamente governo

25 jan 2019 - 20h34
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Depois da mais longa paralisação da história dos EUA, trégua alcançada com democratas destrava máquina estatal por três semanas. Negociação para fim do impasse continua. Presidente exige verba para muro.Diante da crescente pressão, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e os líderes do Congresso chegaram a um acordo nesta sexta-feira (25/01) para reabrir temporariamente o governo. A trégua garantiu o financiamento dos serviços públicos federais por três semanas, enquanto continuam as negociações sobre o orçamento.

Trump ameaça declarar emergência caso Congresso não inclua verba para muro no orçamento
Trump ameaça declarar emergência caso Congresso não inclua verba para muro no orçamento
Foto: DW / Deutsche Welle

"Estou orgulhoso em anunciar que chegámos a um acordo para pôr fim ao shutdown e reabrir o governo federal", declarou Trump, antes de anunciar que assinará um texto aprovado por democratas e republicanos.

A paralisação parcial do governo, também chamada de shutdown, é a mais longa da história americana e já dura 35 dias. O acordo temporário foi alcançado depois de a crise chegar aos aeroportos do país, causando atrasos nos voos devido à falta de controladores aéreos que estão sem receber por conta da paralisação e não foram trabalhar nesta sexta-feira.

O acordo alcançado não inclui os 5,7 bilhões de dólares que Trump exige para a construção de um muro na fronteira com o México. A medida prevê o pagamento dos cerca de 800 mil funcionários federais que estão com os salários atrasados.

Trump disse ainda que um comitê de parlamentares bipartidário será formado para avaliar os gastos fronteiriços nas próximas semanas e buscar uma solução para o impasse. O presidente ameaçou ainda paralisar o governo novamente e ressaltou que um muro ou uma barreira na fronteira com o México é parte importante desta solução.

O presidente ameaçou também declarar estado de emergência nacional para conseguir os recursos para o muro, caso o Congresso não os inclua no orçamento. A declaração lhe permitiria driblar o bloqueio e avançar com a construção da barreira, uma de suas principais promessas de campanha.

Até o momento, Trump havia sugerido várias vezes estar perto de tomar a controversa decisão de declarar emergência. A tentativa de adotar a medida poderia resultar em batalhas legais na Suprema Corte.

Opositores afirmam que uma manobra unilateral do presidente em relação à delicada questão da fronteira seria um abuso constitucional e estabeleceria um perigoso precedente para controversas semelhantes.

O acordo temporário representa uma vitória para a oposição dos democratas, liderada pela presidente da Câmara dos Representantes, Nancy Pelosi, que é contrária construção do muro. O senador democrata, Chuck Schumer, afirmou que espera que Trump tenha "aprendido a lição".

Em 22 de dezembro, o governo americano deu início ao fechamento de cerca de um quarto de seus serviços, depois de republicanos e democratas não terem chegado a um acordo orçamentário no Congresso sobre as exigências de Trump para o financiamento de um controverso muro na fronteira com o México.

Embora dias antes os parlamentares tivessem concordado com um orçamento, o presidente se negou a assiná-lo, uma vez que o documento não incluía os mais de 5 bilhões de dólares que ele havia exigido para a construção do muro, levando assim à atual paralisação.

O shutdown atinge agências de dez departamentos do governo federal, incluindo Transporte e Justiça, assim como dezenas de parques nacionais.

Além disso, afeta cerca de 800 mil dos 2,1 milhões de funcionários do governo, que pararam de receber seus salários. Deles, 420 mil têm que comparecer ao trabalho, em serviços considerados "essenciais", enquanto o restante permanece em casa.

CN/ap/rtr/afp/lusa

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