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Trabalhistas decidem encerrar negociações do Brexit e May perde ainda mais força

17 mai 2019 - 08h41
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A tumultuada separação britânica da União Europeia voltou a mergulhar no caos nesta sexta-feira, quando o Partido Trabalhista, de oposição, anunciou o fim das conversas sobre o Brexit com o governo da primeira-ministra Theresa May.

Primeira-ministra do Reino Unido, Theresa May
17/05/2019
REUTERS/Toby Melville
Primeira-ministra do Reino Unido, Theresa May 17/05/2019 REUTERS/Toby Melville
Foto: Reuters

Quase três anos depois de o Reino Unido decidir sua saída da UE em um referendo por 52% a 48% dos votos, ainda não está claro quando, como ou mesmo se o país sairá algum dia do bloco ao qual se filiou em 1973. O novo prazo de saída é 31 de outubro.

As conversas do Partido Conservador, de May, e dos trabalhistas sobre o Brexit desmoronaram horas depois de a premiê concordar, na quinta-feira, em estabelecer um cronograma para sua renúncia no início de junho.

O líder dos trabalhistas, Jeremy Corbyn, escreveu a May nesta sexta-feira informando-a que as conversas do Brexit, que começaram em 3 de abril, foram "tão longe quanto podem" devido à instabilidade de seu governo.

"Não conseguimos superar diferenças de diretrizes importantes entre nós", escreveu Corbyn, socialista que votou contra a filiação do Reino Unido à antecessora da UE em 1975, a May.

"Ainda mais crucial é que a fraqueza e a instabilidade crescentes de seu governo significam que não pode haver confiança em assegurar o que quer que seja combinado entre nós", disse Corbyn.

Ele disse que os trabalhistas se oporão ao acordo de May quando este voltar ao Parlamento no início do próximo mês.

O acordo de separação, que May acertou com a UE no ano passado, já foi rejeitado três vezes por um Parlamento profundamente dividido.

A libra esterlina caiu para 1,275 dólar, seu nível mais baixo desde meados de janeiro.

As mãos da premiê ficaram atadas, já que ela sabe que fazer concessões aos trabalhistas enfureceria seu partido dividido. Os trabalhistas temem que qualquer meio-termo em temas como os direitos dos trabalhadores seja descartado pelo sucessor de May.

A crise britânica do Brexit surpreende aliados e rivais, e o impasse em Londres faz com que a quinta maior economia do mundo enfrente opções como uma saída com um acordo para suavizar a transição, uma saída sem um pacto, uma eleição ou um segundo referendo.

O impasse do Brexit não deve ser superado rapidamente. May submeterá o "Projeto de Lei (do Acordo de Retirada) da União Europeia" a uma votação no Legislativo no início de junho, embora rebeldes de seu partido tenham prometido rejeitá-lo. Depois ela tem que aceitar um cronograma para a eleição de um sucessor.

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