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Toffoli senta na cadeira de Temer e diz que ela é institucional e não pessoal

Ministro é o Presidente da República em exercício após viagem de Michel Temer aos Estados Unidos

24 set 2018 - 23h29
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BRASÍLIA - No primeiro dia de expediente no Palácio do Planalto, 13 anos depois de ter ali trabalhado, em outra circunstância, o agora presidente em exercício José Dias Toffoli fez questão de se sentar na cadeira presidencial, passear pelos corredores do prédio e de cumprir uma agenda extensa, que incluiu duas cerimônias, com sanções de projetos.

Além da emoção de assumir o cargo, conforme ele mesmo descreveu, Toffoli viveu um momento especial, ao receber em audiência o grafologista José Carlos de Souza Bastos, marido de sua prima-irmã que, há 40 anos atrás, lhe disse que um dia seria presidente da República.

"Quando essas premonições acabam virando realidade, evidentemente que a ideia que se passa é que é realmente o destino", disse Toffolli ao Estado, ao lembrar que para que ele chegasse ali foi preciso que "uma conjunção de fatores", como as viagens dos presidentes da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), e do Senado, Eunício Oliveira (MDB-CE), para que não se tornassem inelegíveis nas eleições 2018.

Com postura bastante diferente da ex-presidente do Supremo Tribunal Federal, ministra Cármen Lúcia, que preferiu a discrição, não se sentou na cadeira do presidente Michel Temer e evitou realizar cerimônias em sua interinidade, Dias Toffoli presidiu duas solenidades nesta segunda-feira, 24, e já marcou uma outra para esta terça-feira, 25, ressaltando que não vê motivos para críticas.

"É natural que os atos que incumbem ao presidente da República, seja ele o titular o interino, sejam despachados e assinados. Da minha parte, penso que eu cumpri uma agenda institucional como presidente da Republica em exercício. Não há motivos para criticas", desabafou.

"Feliz" pela oportunidade de estar no cargo, ainda que por pouco tempo e de assinar os projetos de concede direitos às mulheres, crianças, adolescentes e deficientes físicos, Toffoli falou da "emoção" de se sentar na cadeira presidencial e justificou seus atos. "Eu sentei na cadeira de manhã para assinar a sanção dos projetos. A cadeira é institucional. Ela não é pessoal. Tudo aqui é institucional. As pessoas passam e eu, muito mais rápido ainda passarei, porque a interinidade é curta", afirmou ele, lembrando que são "realmente são raros os ministros do STF que assumiram a Presidência da República."

Toffoli precisou assumir o cargo porque Temer está em Nova York, onde foi participar da abertura da Assembleia Geral da ONU e os presidentes da Câmara e do Senado, sucessores imediatos pela Constituição, viajaram para a Argentina para não se tornarem inelegíveis nas eleições 2018.

"Uma nação do tamanho do Brasil, mesmo que por dois ou três dias, estar no comando dela, não há dúvida nenhuma que, ao lado do peso da responsabilidade, da seriedade com que tem de se encarar esse encargo, mas, do ponto de vista pessoal, há uma emoção muito forte", comentou o presidente. Além das cerimônias, Toffoli cumpriu uma agenda eclética, atendendo inclusive a inúmeros pedidos para tirar fotos com amigos.

Além do primo que previu que assumiria um dia o Planalto, Toffoli recebeu sua filha e o prefeito de Marília (SP), Daniel Alonso, sua cidade natal. Também visitaram o presidente em exercício o presidente do Superior Tribunal de Justiça, João Otávio de Noronha, e o ex-presidente do STF Nelson Jobim.

Toffoli, que em 2003 assumiu a subchefia de assuntos Jurídicos do Planalto, quando o ministro da Casa Civil era José Dirceu e o presidente Luiz Inácio Lula da Silva - condenado e preso na Operação Lava Jato -, fez questão de percorrer os corredores do Planalto para visitar o primeiro setor onde trabalhou.

Hoje, a subchefia não fica mais no quarto andar do prédio principal, onde era antes, mas está agora sediada na vice-presidência, no anexo do Planalto. "Trabalhei aqui como subchefe de janeiro de 2003 a julho de 2005 e quando assumi a Advocacia Geral da União, de março de 2007 a outubro de 2009, eu cheguei a ter uma sala aqui, só que depois mudamos para o Banco do Brasil. Voltar aqui é uma grande emoção porque, esta sala, de presidente, eu frequentei bastante, em outra situação. Participei de muitas reuniões nesta mesa redonda. Foram muitas discussões de leis aqui", completou.

Estadão
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