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Papai Noel de shopping é acusado de racismo e caso vai parar na Justiça

Homem teria dito a crianças que elas não poderiam ganhar os presentes que pediram porque seus pais não tinham dinheiro; caso ocorreu em 2021

16 mai 2025 - 19h59
(atualizado às 21h10)
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Fachada do shopping Plaza Sul, na zona sul de São Paulo
Fachada do shopping Plaza Sul, na zona sul de São Paulo
Foto: Reprodução/Google Maps - 16.05.2025

A 5ª Câmara de Direito Privado do Tribunal de Justiça de São Paulo (TJSP) determinou o andamento de um processo de racismo movido por duas instituições contra o shopping Plaza Sul, na zona sul de São Paulo. A ação foi extinta em primeiro grau, mas as instituições recorreram ao TJSP.

No caso, ocorrido em dezembro de 2021, um homem fantasiado de Papai Noel, contratado pelo shopping, teria feito ofensas racistas contra crianças, dizendo que elas não poderiam ganhar os presentes que pediram porque seus pais não tinham dinheiro. O Papai Noel também sugeriu que a mãe das crianças tinha muitos filhos porque não tinha televisão em casa.

À época do episódio, a mãe, Tamiris Silva de Oliveira, contou ao telejornal "SP1", da TV Globo, que levou os filhos para um passeio no shopping e foram convidados a tirar uma foto com o Papai Noel quando passaram em frente à decoração de Natal. O homem então perguntou ao filho dela de seis anos o que ele queria ganhar de presente.

"Meu filho falou que queria um hoverboard [skate elétrico]. Aí ele falou assim: 'Mas quanto que o seu pai ganha? Olha, esse presente não condiz com a sua realidade'", relatou Tamiris.

Na sequência, o Papai Noel chamou para perto o filho mais velho de Tamiris, de 12 anos, e perguntou o que ele queria ganhar de presente. O menino respondeu um celular. O homem então teria dito: 'Não, esquece!'

"Quando eu estava já pra me retirar do local, ele perguntou pra mim: 'Os quatro filhos são seus?'. Eu falei que sim. Ele falou: 'Você não tem televisão na sua sala?'

Em um primeiro momento, o processo havia sido extinto porque, no entendimento do juiz, não havia elementos que configurassem racismo. Segundo ele, as entidades autoras também não tinham legitimidade para propor a ação.

Depois, a 5ª Câmara de Direito Privado do TJSP reconheceu que o cunho racista da conduta foi suficientemente descrito, ainda que de forma indireta. O relator da ação, desembargador João Francisco Moreira Vegas, também destacou que as entidades têm trajetória notória na defesa dos direitos humanos e no combate ao racismo.

O shopping ainda tentou barrar a ação com um recurso no Supremo Tribunal Federal, que foi indeferido por unanimidade pela 2ª Turma. De acordo com o relator do processo, ministro Edson Fachin, a ação é legítima e reúne "todos os requisitos necessários" para ir a julgamento.

Fonte: Redação Terra
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