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Varejo, sem Lei do Bem, não repassou aumento no preço para celulares

Os celulares poderiam ter ficado ainda mais caros em 2019...

17 jun 2019 - 12h47
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Uma notícia boa para os consumidores, mas não tão boa para comerciantes: o varejo não repassou ao cliente um aumento no valor final de celulares neste ano, mesmo que tenha implicado em um lucro abaixo do esperado.

Foto: TecMundo

A Lei do Bem é um incentivo que o governo concedia — encerrado neste ano — para aparelhos de até R$ 1,5 mil. Vigente desde 2005, ela entregava uma redução no Imposto de Renda e isenção de PIS/Cofins para empresas que invistam em inovação e vendem dispositivos com conexão à internet.

Segundo a Folha, citando fontes no varejo, o imposto que era cortado não foi repassado ao consumidor. O motivo seria o orçamento dos próprios clientes: apertado, as pessoas estão precisam adiar a compra de novos celulares. A consultoria IDC, em pesquisa, indica esse ponto: as vendas recuaram 6% no primeiro trimestre.

De acordo com Renato Meireles, analista de mercado de Mobile Phones & Devices da IDC Brasil, neste primeiro trimestre o cenário macroeconômico ainda desfavorável no Brasil e a incerteza sobre a reforma da Previdência mantiveram a freada no consumo.

O vice-presidente do Magazine Luiza, Fabrício Garcia, afirmou para a Folha que a varejista estimou um aumento de 5% a 6% no valor dos smartphones, o que acabou não ocorrendo: "Nossos concorrentes não repassaram, acabou tendo um sacrifício [de margem de lucro]", disse ele. Em nota, a Via Varejo, que é dona do Ponto Frio e Casas Bahia, também disse que não repassou o aumento e acabou com uma receita menor. Outra empresa, a B2W (Americanas e Submarino), também sofreu impacto, mas continuou positiva: era esperada uma receita bruta de 25%, mas foram registrados 15%.

Mesmo assim, Renato Meireles, do IDC, diz que "a receita apresentou novamente crescimento, o que se explica pelo aumento dos preços, impactados pela flutuação cambial, e pelo aumento da participação de produtos nas faixas premium e intermediária no mercado".

O que isso significa? Celulares mais caros, tops de linha, foram os alvos de boa parte dos consumidores.

"A demanda por feature phones é pequena, e se concentra em áreas mais remotas ou rurais onde o uso é predominantemente do telefone em si, principalmente nas regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste. Mas há também um nicho de consumidores minimalistas, que não buscam tecnologia, mas só o essencial, para uma vida mais simples", explica Meireles. Segundo o analista, a previsão é que as vendas de feature phones cresça 0,4% neste ano, chegando a 2,6 milhões de unidades. Para os smartphones, a previsão é que sejam vendidas 43,38 milhões (43.382.000) de unidades até o final do ano, 2,4% menos do que em 2018, mas o valor movimentado deve crescer 12%, chegando a R$ 59,6 bilhões, graças a novos lançamentos e novas marcas entrando no mercado

TecMundo
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