UE deve implementar imposto digital sozinha se não houver acordo global até o fim de 2020
Os próximos comissários da União Europeia disseram que o bloco deve implementar um imposto digital mesmo se nenhum acordo for alcançado em nível global até o fim de 2020, aumentando a pressão sobre multinacionais acusadas de pagar poucos impostos.
Em respostas a parlamentares da UE publicadas nesta sexta-feira, os futuros comissários também indicaram suas prioridades em regras fiscais e reformas financeiras para o bloco.
Os esforços para rever a tributação das empresas para refletir os lucros obtidos pelas gigantes de tecnologia falharam em produzir resultados, já que países têm abordagens diferentes.
"Se nenhum acordo efetivo for alcançado até o fim de 2020, a UE estará disposta a agir sozinha" sobre o imposto digital, disse a vice-presidente da comissão, Margrethe Vestager, que será responsável pela política digital e pela concorrência.
O comissário designado para tributação, Paolo Gentiloni, repetiu seus comentários, dizendo que tentaria impedir que governos individuais da UE pudessem vetar decisões em questões tributárias - um punhado de Estados da UE no ano passado se opôs a um acordo de todo o bloco sobre o imposto digital.
Os novos comissários devem tomar posse em novembro, depois de receberem a aprovação final dos legisladores da UE em audiências a partir da próxima semana.
Gentiloni disse ainda que, como parte da luta contra a sonegação e a evasão fiscais, as jurisdições incluídas na lista de paraísos fiscais da UE devem estar sujeitas a sanções comuns. Atualmente, não há coordenação sobre sanções financeiras por parte da UE.