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Uber planeja investir R$ 250 milhões em centro tecnológico no País

Aplicativo tem como objetivo garantir segurança no pagamento em dinheiro aos motoristas; o Brasil é o segundo maior mercado do Uber

17 ago 2018 - 16h03
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A empresa de transporte por aplicativo Uber planeja abrir um centro de desenvolvimento tecnológico de R$ 250 milhões no Brasil, com o objetivo de garantir segurança no pagamento em dinheiro aos motoristas - forma de pagamento considerada chave pela empresa para sua expansão na América Latina. O empreendimento será o primeiro do tipo feito pelo Uber na América Latina e um dos 12 no mundo e deve ser inaugurado no final de 2018.

O diretor de produtos de segurança do Uber, Sachin Kansal, disse que o investimento nos próximos cinco anos vai financiar o centro com cerca de 150 especialistas em tecnologia - engenheiros, desenvolvedores, pesquisadores de software, entre outros - em São Paulo, cidade com maior número de viagens do Uber globalmente.

Hoje, o Brasil é o segundo maior mercado do Uber, só atrás dos EUA. O País teve 1 bilhão de corridas nos últimos quatro anos e é um dos mercados que gera lucro para a empresa, segundo executivos. Mas a necessidade de aceitar dinheiro para o pagamento de corridas, em vez de apenas cartões de crédito e de débito como nos EUA, trouxe desafios de segurança - por pedir menos dados cadastrais dos usuários, as viagens em dinheiro são usadas por criminosos para assaltos a motoristas, por exemplo. Muitos motoristas, por exemplo, chegaram a deixar o aplicativo para dirigir por rivais, por não ter a opção de desabilitar a modalidade.

"É extremamente importante para nós apoiarmos o pagamento em dinheiro", disse Kansal a jornalistas no escritório do Uber em São Paulo. "Há um certo segmento da sociedade que não tem acesso a cartões de crédito e esse é também o que provavelmente tem mais necessidade de transporte conveniente e confiável."

Novas ferramentas estão ajudando a confirmar a identidade dos usuários sem cartões de crédito, disse ele. Um desses métodos, que exige o número da identificação do passageiro para pagar em dinheiro, foi introduzido no ano passado, após um aumento nos ataques contra motoristas.

Kansal disse que o Uber também está usando inteligência artificial para impedir a realização de viagens consideradas arriscadas. Ele não compartilhou o número de viagens que foram sinalizadas por seus sistemas.

O aplicativo também permite que motoristas e usuários compartilhem suas localizações em tempo real com seus contatos. O percentual de usuários do Uber que ativam o recurso é de quase 10 por cento, disse ele. "Os motoristas estão usando mais (o recurso) do que os usuários em todo o mundo", disse Kansal, "mas a magnitude dessa diferença na América Latina é bem alta".

O presidente executivo da empresa, Dara Khosrowshahi, que assumiu o cargo há um ano, disse que a segurança é agora a principal prioridade do Uber. Enquanto nos EUA e em outros mercados desenvolvidos o foco é na segurança dos usuários, nos mercados emergentes as atenções são nas duas pontas.

Estadão
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