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Tinder: Como o Reino Unido planeja impor regras mais duras para apps de paquera após denúncias de abuso infantil

Governo cobra apps de paquera por medidas para evitar que menores de idade acessem os serviços

10 fev 2019 - 16h32
(atualizado às 18h02)
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Os aplicativos de relacionamento Grindr e Tinder terão que esclarecimentos ao governo britânico sobre as medidas que adotam para proteger crianças e adolescentes. Uma investigação identificou que menores de idade estão sob risco de exploração sexual nas plataformas.

Mais de 30 suspeitas de estupro infantil foram investigadas pela polícia britânica desde 2015, depois que menores de idade driblaram os controles etários nos aplicativos. Os casos foram revelados pelo jornal Sunday Times.

Para o secretário de Cultura, Jeremy Wright, os casos são "realmente chocantes". Tanto o Grindr quanto o Tinder disseram adotar medidas para impedir que os jovens dessa faixa etária acessem seus serviços.

Foto: Getty Images / BBC News Brasil

Após um pedido formal de acesso à informação, o Sunday Times identificou outros 60 casos de suspeitas de crimes sexuais contra crianças, incluindo aliciamento, sequestro, agressão e estupro. A vítima mais jovem tem oito anos de idade e o acusado foi preso, afirma o jornal.

Outro garoto, de 13 anos, afirmou às autoridades ter falsificado a data de nascimento em seu perfil no Grindr e ter sido vítima de "lavagem cerebral" e abuso sexual cometidos por ao menos de 21 homens. Segundo a polícia, uma garota com síndrome de Down de 16 anos foi induzida por um homem adulto a enviar fotos suas sem roupa.

O secretário de Cultura, Jeremy Wright, afirmou que a investigação produziu "ainda mais evidências de que as empresas de tecnologia on-line devem fazer mais para proteger as crianças". As empresas serão acionadas para descrever as medidas de verificação de idade. Nenhuma delas exige provas de identidade no cadastro, por exemplo.

Foto: Getty Images / BBC News Brasil

No início da semana passada, um homem de 28 anos foi preso por dois anos e meio por atividade sexual com uma menina de 12 anos que ele disse ter 19 anos.

Ele convidou a criança, com quem ele fez contato em um aplicativo de namoro, para seu apartamento e enviou imagens dela para um amigo via WhatsApp.

Segundo ele, a legislação que entrará em vigor em abril, que requer sites pornográficos para usar a tecnologia de verificação de idade, pode agora ser estendida para aplicativos de namoro.

Jonathan Ashworth, secretário de Saúde do gabinete paralelo (formado por oposicionistas ao governo), afirmou ao Sunday Times que as redes sociais estavam dando combustível a um "problema de saúde pública emergencial".

Outro lado

Uma porta-voz da Tinder disse que a plataforma usa ferramentas manuais e automatizadas e "gasta milhões de dólares anualmente" para prevenir e remover usuários menores de idade e outros comportamentos inadequados. "Não queremos usuários menores de idade com o Tinder".

Ao Sunday Times o serviço Grindr afirmou: "Qualquer relato de abuso sexual ou outro comportamento ilegal é problemático para nós, bem como uma clara violação de nossos termos de serviço. Nossa equipe está constantemente trabalhando para melhorar nossas ferramentas de triagem digital e humana para prevenir e remover o uso indevido de menores de nosso aplicativo."

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