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Tesla está sendo investigada após Elon Musk anunciar pelo Twitter ideia de fechar capital

Agência reguladora quer saber se a informação é real e quais os motivos que levaram o executivo a usar um canal não oficial para divulgar o assunto

8 ago 2018 - 20h23
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O órgão regulador americano para bolsa de valores do país, a Securities and Exchange Comission (SEC) está investigando se o presidente da Tesla, Elon Musk, quer realmente fechar o capital da empresa e os motivos que levaram o executivo a divulgar isso no Twitter, ao invés de usar fontes oficiais. As informações foram repassadas por pessoas familiarizadas ao assunto e publicadas pelo jornal Wall Street Journal nesta quarta-feira, 8.

Na última terça, o executivo usou sua conta na rede social para dizer que tiraria a sua fábrica de carros elétricos da bolsa de valores de Nova York caso o valor da ação fosse negociado a US$ 420. O anúncio fez as ações da Tesla dispararen em poucos minutos, o que acarretou na suspensão, por algumas horas, da operação de compra e venda de papeis da empresa pela SEC.

Na reportagem, o WSJ diz que a SEC também está investigando os motivos que levaram Musk a publicar seu desejo no Twitter e não usar um canal formal para falar com os investidores, como é exigido pela agência regulatória. A SEC também perguntou se a empresa acredita que o tuíte de Musk atende as regras de proteção dos investidores, outra exigência.

A agência e a Tesla se recusaram a comentar. Nesta quarta ações da Tesla fecharam o mercado em queda 2,4%, para US$ 370,34 após fechar com alta de 11% no dia anterior.

Musk é conhecido por usar sua conta no Twitter para dar informações de suas empresas. Isso fez com que a Tesla alertasse oficialmente seus investidores, ainda em 2013, de que eles deveriam seguir o executivo na rede social para obter "informações adicionais" sobre a empresa. Porém hoje não há referência à conta de Musk na página de relações com investidores da empresa, apenas o perfil da própria Tesla.

Desconfiança. No tuíte publicado, Musk disse que já tinha condições de comprar as ações de investidores. Alguns analistas de Wall Street mostraram-se céticos a declaração, uma vez que a Tesla tem US $ 10,9 bilhões em dívidas e seus títulos tem uma avaliação ruim nas agências de classificação de crédito.

"Quem doa US $ 50 bilhões para recomprar as ações?", Perguntou Frank Schwope, analista do NordLB. "E se você ficar como acionista, terá menos informações do que antes e dependerá cada vez mais de Elon Musk."

Posição. Em um comunicado, seis dos nove diretores da Tesla disseram que o conselho se reuniu várias vezes na última semana para discutir a proposta e estava "tomando as próximas medidas para avaliar isso". Tesla disse ainda que as discussões abordaram a questão de como financiar tal acordo, mas não deu detalhes. A declaração não abordou como o preço de US $ 420 por ação foi estabelecido.

Os parceiros de capital mais óbvios para Musk seriam um fundo soberano como o Fundo de Investimento Público (PIF) da Arábia Saudita ou um grande fundo de investimento em tecnologia como o SoftBank.

A SoftBank disse que não está interessada em um acordo para a Tesla e que focando esforços na área de carros autônomos da General Motors, a qual investiu recentemente. Apesar disso, fontes disseram a Bloomberg que Musk e SoftBank tiveram conversas em abril de 2017, mas não conseguiram chegar a uma acordo. O PIF não comentou.

Estadão
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