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Telegram encerra projeto de blockchain após batalha com autoridades dos EUA

12 mai 2020 - 19h02
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O aplicativo de mensagens Telegram encerrou um projeto de blockchain chamado Telegram Open Network (TON) depois de uma batalha jurídica com autoridades dos Estados Unidos, afirmou o fundador da companhia, Pavel Durov, nesta terça-feira.

Logotipo do Telegram. 13/4/2018. REUTERS/Ilya Naymushin
Logotipo do Telegram. 13/4/2018. REUTERS/Ilya Naymushin
Foto: Reuters

O projeto de blockchain, que previa a criação de uma criptomoeda, chegou a levantar cerca 1,7 bilhão de dólares de investidores em 2018, no auge de uma onda de ofertas iniciais de moedas digitais.

O Telegram trabalhou por mais de dois anos na plataforma de blockchain TON e na criptomoeda que se chamaria Gram.

Em outubro passado, a SEC, órgão responsável pelos mercados financeiros dos EUA, processou a empresa porque os Grams, os tokens a serem distribuídos aos investidores, não eram ativos financeiros registrados na entidade.

Em março, um juiz reafirmou a decisão da SEC e decidiu que o Gram não poderia ser distribuído nos EUA e nem no mundo.

"Infelizmente, um tribunal dos EUA impediu a TON de acontecer. Como? Imagine várias pessoas colocando dinheiro para abrir uma mina de ouro para depois dividirem o ouro que sair dela", disse Durov. "Aí, um juiz vem e diz aos mineradores: 'Muitas pessoas investiram na mina porque estão buscando lucro. Mas elas não querem o ouro para elas, elas querem vendê-lo para outras pessoas. Por isso, vocês não podem dar o ouro a elas'."

"Infelizmente, 96% da população mundial somos dependentes de autoridades eleitas pelos 4% que vivem nos EUA", disse Durov.

Os desenvolvedores da blockchain do Telegram, os dois irmãos que criaram o popular aplicativo de mensagens, levantaram fundos em duas ofertas para investidores institucionais em 2018. Em troca, os desenvolvedores prometeram que os investidores receberiam 2,9 bilhões de "grams", que deveriam começar a circular quando o blockchain TON fosse lançado.

Os criadores do Telegram investiram 405 milhões de dólares no projeto, que afirmavam que seria mais rápido e mais eficiente que as plataformas das moedas digitais bitcoin e ethereum, segundo documentos judiciais.

((Tradução Redação São Paulo, 55 11 56447753)) REUTERS AAJ AAP

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