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Sites de jornais e serviços no mundo voltam a funcionar após pane

Falha está sendo atribuída à empresa de nuvem norte-americana Fastly; interrupções duraram de alguns minutos a uma hora

8 jun 2021 - 08h06
(atualizado às 18h02)
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Atualizado em 8 de junho, às 17h33

Sites de governo, mídias sociais e de notícias em todo o mundo voltam a funcionar normalmente nesta terça-feira, 8, após uma indisponibilidade generalizada vinculada à Fastly, empresa de nuvem de distribuição de conteúdo com sede nos Estados Unidos. A pane resultou em diversos serviços fora do ar e uma queda de acesso de 75% nesses sites, de acordo com a empresa de monitoramento de rede Kentik.

Sites de alto tráfego, incluindo Reddit, Amazon, CNN, Paypal, Spotify e o jornal The New York Times, foram listados com problemas pelo site de rastreamento de interrupções Downdetector. Sites operados por veículos de notícias como Financial Times, The Guardian e Bloomberg News também enfrentaram interrupções, que variaram de alguns minutos a cerca de uma hora.

O Fastly, um dos provedores de rede de entrega de conteúdo baseado em nuvem mais usados do mundo, disse que "o problema foi identificado e uma correção foi aplicada. Os clientes podem experimentar um aumento na carga de origem conforme os serviços globais retornam". A atualização de que os problemas já tinham sido corrigidos aconteceu na manhã desta terça-feira, às 9h41.

"Identificamos uma configuração de serviço que desencadeou interrupções em nossos POPs globalmente e desativamos essa configuração. Nossa rede global está voltando a ficar online", afirmou a Fastly pelo Twitter.

O procurador-geral do Reino Unido publicou no Twitter que o principal site do país — gov.uk — estava fora do ar, fornecendo um e-mail para perguntas. Os editores de notícias criaram soluções alternativas criativas para relatar sobre a indisponibilidade generalizada enquanto seus sites não carregavam. O popular site de tecnologia The Verge usou o Google Docs para relatar notícias, enquanto o editor de tecnologia do Reino Unido no jornal The Guardian iniciou um tópico no Twitter para relatar os problemas.

Erro 503

Mensagens de erro em vários sites apontavam para problemas do Fastly. Ao tentar acessar os sites, os usuários encontravam o erro 503, que é um código que remete a um problema temporário, mas que indica que aquele domínio não está pronto para ser carregado. Esse é um comando comum em sites que estão passando por atualizações, por exemplo, ou que estão ainda em construção.

Os motivos para a queda no sistema de nuvem da Fastly ainda não foram totalmente explicados pela empresa. De acordo com a Fastly, o problema foi gerado por uma configuração que gerou a queda dos sites, mas a empresa ainda não deu detalhes sobre o que causou a interrupção.

"Uma rede desse tipo, como outros serviços que hoje temos online, pode cair por vários motivos. Problema na infraestrutura, problemas no servidor ou mesmo ataques. Além disso, a possibilidade de um excesso de carga de trabalho nos servidores pode acontecer. Nesse contexto, o servidor pode ter recebido muitas solicitações ,mais do que ele consegue aguentar", afirma Rodrigo Izidoro, professor de ciências da computação do Centro Universitário FEI.

A Fastly, que abriu o capital em 2019, é uma rede de servidores do tipo Content Delivery Network (CDN), que é um serviço de nuvem que armazena uma espécie de "cópia" dos conteúdos originais dos sites e os distribuem geograficamente, a partir da identificação do servidor mais próximo ao usuário.

As CDNs conectam o conteúdo de produtoras a outros servidores para distribuir localmente vídeos, textos e fotos. Isso porque os veículos, como os que foram afetados na falha desta terça-feira, não costumam possuir servidores em mais de um local — o jornal New York Times, por exemplo, não possui um servidor em cada cidade em que é acessado. Assim, cada região pode oferecer o conteúdo de maneira mais rápida e com mais qualidade, porque essas "cópias" feitas do conteúdo evitam a sobrecarga do servidor original.

"A ideia da CDN é, principalmente, pegar um conteúdo e espalhar pelo mundo todo. Se você vai acessar um site americano e você está no Brasil, a sua rede de internet não vai até os Estados Unidos buscar o conteúdo Isso porque já teve uma empresa que pegou esse conteúdo e deixou ele em algum servidor que está, por exemplo, em São Paulo, mais perto do usuário brasileiro", explica Daniel Batista, professor do Instituto de Matemática e estatística da USP.

Durante a falha, quase 21 mil usuários do Reddit relataram problemas com a plataforma de mídia social, enquanto mais de 2 mil usuários relataram problemas com a Amazon, de acordo com Downdetector.

Segundo o site da Fastly, áreas de todo o planeta foram afetadas, com mais ou menos interrupção na distribuição dos conteúdos. A empresa informou que, além das Américas, cidades da Europa, Ásia e África também sofreram com os problemas. No Brasil, as principais cidades afetadas foram Rio de Janeiro, São Paulo e Curitiba./COM AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

Estadão
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