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Senadora dos EUA pede divisão da Amazon, varejistas da Índia querem investigação

15 out 2021 - 17h56
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A senadora norte-americana Elizabeth Warren defendeu nesta sexta-feira a divisão da Amazon.com e várias empresas e varejistas da Índia cobraram que o governo lance uma investigação sobre a companhia depois de reportagem da Reuters que mostrou que a empresa copiou produtos e manipulou resultados de busca no país.

Depósito da Amazon em Mumbai, Índia
1/10/2021REUTERS/Francis Mascarenhas
Depósito da Amazon em Mumbai, Índia 1/10/2021REUTERS/Francis Mascarenhas
Foto: Reuters

A reportagem da Reuters, que analisou milhares de documentos internos da Amazon, revelou que a companhia norte-americana promoveu uma campanha sistemática para criar imitações de produtos e manipulou resultados de busca para favorecer suas próprias marcas na Índia, um dos maiores mercados da empresa.

A reportagem mostrou que, pelo menos na Índia, a manipulação de resultados de busca em favor dos produtos da Amazon, bem como a cópia de produtos de outros varejistas foram parte de uma estratégia formal da empresa e que pelo menos dois altos executivos da companhia tinham conhecimento dela.

A reportagem gerou críticas contra a Amazon por parte dos dois partidos no Congresso dos Estados Unidos.

A senadora Warren, crítica de longa data da Amazon, afirmou que "os documentos mostram o que nós temíamos sobre o poder de monopólio da Amazon: que a companhia propositadamente manipulou sua plataforma para beneficiar seu lucro, enquanto prejudicou pequenas empresas e empreendedores".

"Esta é uma de muitas razões pelas quais precisamos dividir a empresa", disse a senadora.

Warren, uma destacada integrante do partido Democrata, defendeu a divisão da Amazon e de outras grandes empresas de tecnologia em 2019, quando ela disputava a Presidência dos EUA. Desde então, como senadora, ele segue pressionando empresas como a Amazon.

Ken Buck, um republicano da Câmara dos Deputados dos EUA e membro da subcomissão de defesa da concorrência, também compartilhou a reportagem da Reuters. "Estes documentos provam que a Amazon está engajada em práticas anticompetitivas como manipulação de resultados de busca e promoção de comportamento que favorece seus produtos sobre os de concorrentes."

"Mais preocupante, isso contradiz o que Jeff Bezos disse ao Congresso", afirmou o deputado. "Amazon e Bezos precisam ser responsabilizados."

Procurada, a Amazon afirmou em comunicado que "as alegações são incorretas e não têm base".

"Nós mostramos resultados de busca baseados em relevância para os consumidores, independentemente de se tais produtos sejam de marcas privadas oferecidas por vendedores ou não."

A Amazon afirmou ainda que "proíbe estritamente o uso ou compartilhamento de dados não públicos dos vendedores com eles, incluindo com vendedores de marcas privadas" e que investiga relatos de funcionários que atuem de forma contrária a esta política.

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