PUBLICIDADE

Review Xiaomi Mi A2: apenas o essencial, mas com qualidade [vídeo]

Um Xiaomi com Android puro e recursos essenciais para o dia a dia...

17 mai 2019 - 12h31
(atualizado às 12h52)
Compartilhar
Exibir comentários

Comprar um smartphone não deveria ser complicado. Em um mundo ideal, você define seu orçamento e vai em busca do aparelho com a melhor combinação de recursos dentro da faixa de preço que cabe no seu bolso. Você consegue fazer isso com modelos vendidos oficialmente no Brasil, mas a coisa não é bem assim quando alguma marca como a Xiaomi chama a sua atenção.

É preciso se preocupar com importação, falta de assistência técnica, reputação do aparelho, possibilidade de receber uma ROM chinesa e por aí vai. Depois de tudo isso, você tem que se acostumar com a MIUI, a interface da Xiaomi, que é bem diferente daquilo com que a maioria dos brasileiros está acostumado. É nesse cenário que entra o Mi A2, a segunda geração dos smartphones Xiaomi com Android One. Ele é essencialmente uma introdução mais suave ao mundo da Xiaomi para o usuário brasileiro.

Esse aparelho chega às mãos do consumidor com Android Puro, vindo direto da Google, sem qualquer personalização no software. Em outras palavras, ele não tem a dita MIUI, e você não precisa se adaptar a ela, tampouco se preocupar com uma eventual troca de ROM. Quem já teve ou usou qualquer smartphone Motorola deve se sentir em casa com esse dispositivo.

Mas antes de comprá-lo, é bom conhecer antes todos os pontos francos e fortes. Depois de ler esta análise, você terá informações suficientes para decidir se investe ou não no aparelho da Xiaomi.

Software direto da Google

Vou começar a dissecar esse dispositivo pelo aspecto do software, pois sinto que esse é o maior atrativo desse modelo especificamente. Quem tem interesse nele certamente busca um software diferente do tradicionalmente oferecido pela Xiaomi.

O primeiro ponto que você precisa saber é que ele participa do Android One, um programa administrado pela Google que leva o Android puro para aparelhos intermediários de fabricantes parceiras. O objetivo é oferecer atualizações mais rápidas e entregar uma experiência de uso mais consistente para a plataforma do Robô como um todo.

Dessa maneira, o software que você recebe no Mi A2 se parece muito com aquele usado por empresas como Motorola, Multilaser, Quantum, Positivo, Nokia e por aí vai. A diferença é que a Google não faz personalizações e entrega atualizações ainda mais rapidamente, mantendo seu celular seguro e sempre na versão mais recente do Android. Esse é o grande trunfo do Mi A2.

Mas é bom destacar que esse Android puro não garante ao aparelho um desempenho fantástico ou algo assim. Ele tem suas inconsistências no uso diário, mostrando certos momentos de lentidão aqui e ali. Nada disso chega a comprometer completamente a usabilidade do celular, mas incomoda quem está acostumado com modelos totalmente responsivos.

O que quero dizer com isso é que não existe uma diferença de desempenho perceptível entre o Mi A2 com Android Puro e a sua versão com a MIUI da Xiaomi (Mi 6X). O software da Xiaomi é conhecido por ser muito rápido e suave no uso diário, apesar de ser profundamente modificado.

Câmera melhor que a média

Um aspecto cada vez mais importante para o consumidor de smartphones é a qualidade das fotos. O Mi A2 está longe de alcançar os top de linha, mas com certeza está acima da média dos intermediários. Não consigo imaginar um Moto G ou Galaxy J fazendo fotos tão interessantes quanto as desse dispositivo.

Na comparação com o Mi A1, seu antecessor, o Mi A2 representa um aprimoramento na qualidade fotográfica. Ele faz fotos com uma exposição bem melhor, deixando-as mais claras nos momentos necessários. Só que também é mais exagerado na saturação das imagens, deixando as cores muito mais vivas do que de fato são. É possível atenuar essa característica desativando o HDR, mas talvez você goste dos resultados mais saturados e menos realistas.

Um ponto positivo desse conjunto de câmeras é o modo retrato. Ele gera imagens muito boas - como em outros celulares mais caros da Xiaomi - em praticamente qualquer situação de luz. Ele é sem dúvida uma das melhores opções nesse aspecto dentre os intermediários disponíveis no mercado. O desfoque de fundo em volta das pessoas fica bem natural, e o contorno não apresenta erros muito grosseiros, como é o caso em boa parte dos concorrentes.

O aspecto mais negativo dessa câmera é que ela demora para processar as fotos registradas. Quando você faz uma captura, o aparelho fica "pensando" por alguns instantes antes de permitir uma segunda foto. Isso pode ser um problema para quem gosta de tirar duas ou mais fotos do mesmo objeto para garantir que pelo menos uma fique boa. Esse atraso pode ser um inconveniente em muitas situações e, em outras, fazer você perder o clique.

É possível simplesmente segurar o botão de captura para fazer várias imagens ao mesmo tempo, mas todas elas ficam iguais, com o mesmo foco e exposição, o que acaba com o propósito de ter uma "foto reserva".

O smartphone ainda consegue boas selfies e conta com flash LED frontal dedicado. Com isso, você pode fazer selfies mesmo em ambientes mal-iluminados e ter bons resultados. O Mi A2 ainda consegue bons resultados na captura de vídeo, com destaque para a boa estabilização de imagem. A qualidade geral nesse aspecto, entretanto, não é nada muito além do que esperamos para um aparelho dessa categoria.

Bateria sem surpresas

O Mi A2 não é nenhum campeão de bateria, mas não o deixa na mão antes do fim do dia, mesmo que você tenha um perfil de uso um pouco mais exigente. Usando o aparelho para atividades cotidianas, como lidar com apps de redes sociais, mensageiros, execução de vídeo e fotografia ocasional, a bateria deve durar um dia todo sem problemas e ainda ter uma gordurinha para queimar durante a noite. Mas não acredito que ele consiga dar conta de um segundo dia de uso.

Enquanto eu testava o produto, tive que colocá-lo para carregar pouco tempo depois de chegar em casa, o que é a realidade para a gigantesca maioria dos intermediários. Nos nossos testes, estimamos que o Mi A2 aguenta rodar 4h30 de vídeo no YouTube com WiFi ligado e brilho da tela no máximo. Com isso, ele ficou bem na média da categoria. Em suma, nenhuma surpresa por aqui, considerando que temos apenas 3.010 mAh.

No que toca ao carregamento, o aparelho leva cerca de 1h30, ou um pouco mais, para ir de 0% a 100% de carga quando conectado à tomada com seu carregador original.

Desempenho poderia ser melhor

Esse smartphone chega ao mercado com um chipset Snapdragon 660 de oito núcleos e opções com 4 GB e 6 GB de RAM. Eu testei essa versão mais básica, que eu imagino ser a escolha da maioria dos consumidores, devido à economia.

Sinceramente, eu esperava um desempenho mais suave da interface, que tem alguns problemas de fluidez, como comentei anteriormente. É possível perceber isso navegando pelos apps apertos e também na transição entre tela cheia (como em apps de vídeo) e tela principal. Nada disso prejudica a usabilidade do aparelho, como já expliquei acima, mas incomoda com o tempo.

O fato de a câmera também demorar uns instantes para processar as imagens é outro indicativo de que o aparelho poderia ser melhor no aspecto do desempenho. Em games, contudo, ele vai bem, dentro das possibilidades gráficas de um chip intermediário.

Eu joguei Horizon Chase, Grim Soul e Soul Knight com esse dispositivo e não percebi problemas de desempenho depois que os títulos foram devidamente carregados.

Nos nossos testes de benchmark, o smartphone foi bem, conseguindo bons resultados entre celulares com hardware similar e modelos na mesma faixa de preço. Confira as comparações a seguir:

Tela poderia ser mais brilhosa

O display do Mi A2 mede 5,99'' na sua diagonal, praticamente 6 polegadas. Ele conta com resolução Full HD+ (1080x2160), o que lhe garante uma densidade de pixels decente para a categoria, chegando a 403 ppp.

Mesmo com isso, acredito que a qualidade do display poderia melhorar. Essa crítica não tem a ver com reprodução de cores ou efeitos estranhos de pixelização, mas com a luminosidade máxima da tela. Acontece que ela não é suficiente para garantir um uso confortável do aparelho sob sol forte na rua ou em qualquer outro ambiente aberto.

Isso não quer dizer que o display fica completamente invisível sob a luz do dia. Ainda é possível usar o celular ao ar livre, mas com um pouco de dificuldade. Felizmente, a situação não é tão crítica quanto a do Multilaser MS80X, que parece estar apagado quando o Sol concorre com a iluminação do display.

Desing para superar concorrentes

O intermediário da Xiaomi acerta em vários pontos na questão do desing. Ele é um celular bonito - apesar de se parecer muito com os iPhones, da Apple - e tem uma excelente qualidade de construção. Quando você o segura nas mãos, é possível perceber que se trata de um aparelho bem sólido e com acabamento bem-feito.

Você pode não gostar do visual - uma vez que gosto é relativo -, mas não há como negar a qualidade de construção. Ele ainda chega ao mercado com Gorilla Glass 5, o vidro mais resistente da Corning na atualidade.

Na parte da frente do dispositivo, há uma tela no formato 18:9, mas com bordas bastante espessas acima e abaixo. Isso garante ao celular um aspecto um pouco datado, considerando os esforços das grandes marcas - e da própria Xiaomi - de eliminar esses elementos para buscar um maior aproveitamento da face frontal.

Contudo, prefiro celulares assim, com duas bordas espessas, do que aparelhos com um notch na parte de cima e um queixo enorme no fundo do display. Pelo menos o Mi A2 é simétrico nesse aspecto.

Extras

Não há tantos extras quanto você poderia esperar de um celular tradicional da Xiaomi, mas isso é intencional, considerando que o Mi A2 é um smartphone focado no essencial. Apesar disso, ele conta com um emissor infravermelho para você o usar como controle remoto universal de TVs, aparelhos de som, ar-condicionado e tudo mais.

Há ainda um flash LED frontal para melhorar a qualidade das selfies noturnas, um recurso que tem sido cada vez menos comum no mercado mobile. Muitas marcas resolvem agora usar um feixe de luz disparado pela tela do celular para substituir o flash, mas os resultados estão longe de serem equivalentes.

É bom ressaltar, porém, que o Mi A2 não tem plugue para fones de ouvido de 3,5 mm, mas ele vem com um adaptador na caixa que permite conectar esses acessórios à entrada USB-C no fundo da carcaça.

Por fim, existem três opções de cor no mercado interncional: preto, dourado e azul. A última inclusive é bem chamativa. Há também três combinações de RAM e armazenamento interno para você escolher no momento da compra. Tenha em mente que o modelo que testamos foi o dourado, com 4 GB de RAM e 64 GB de espaço interno.

Vale a pena?

Apesar de defeitos como desempenho aquém do esperado e câmera um pouco lenta, ainda acredito que vale a pena comprar o Mi A2. O preço dele é bastante atraente, especialmente se você fizer uma rápida comparação com os novos Moto G7 Plus e Galaxy J8. É possível encontrar o aparelho da Xiaomi em lojas nacionais como Mercado Livre, Americanas e Amazon Brasil por algo entre R$ 1 mil e R$ 1,2 mil.

Esse valor é inferior aos dos seus principais concorrentes no Brasil, mas é bom você ter em mente também a viabilidade de importação. É possível comprar o Mi A2 por valores ainda menores na GearBest, onde ele custa algo próximo de R$ 700 na sua versão mais básica, mas há ainda um frete que custa algo próximo de R$ 200.

Contudo, é bom considerar que as vias de importação ficaram mais difíceis nos últimos meses devido a novas regras dos Correios. As chances de pagar uma taxa de 60% sobre o valor da nota fiscal agora são muito maiores, e existe também a possibilidade de a Anatel impedir a entrada do celular no país por conta de homologação.

Seja como for, o aparelho é um intermediário declarado, com todas as características que você poderia esperar em um celular como esse. A diferença é que ele oferece melhor qualidade de construção e software limpo por um preço final bem mais atraente do que os dos concorrentes. O Mi A2 certamente não é perfeito, mas só quem já teve um top de linha como celular principal deve se incomodar tanto com as falhas dele.

Quem sempre esteve na categoria dos intermediários - e não está a fim de gastar R$ 3 mil ou mais em um novo aparelho - certamente vai ficar muito feliz com esse modelo da chinesa.

***

  • Opção de compra: Xiaomi Mi A2 64 GB - R$ 999
TecMundo
Compartilhar
TAGS
Publicidade
Publicidade