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'Queremos estar prontos para quando as pessoas precisarem sair', diz diretor do Uber

Aplicativo de transporte anunciou novas medidas de segurança nesta quarta-feira, 13, como a obrigatoriedade das máscaras para motoristas e passageiros; empresa não quer incentivar que pessoas saiam de casa, mas sim que se sintam seguras

14 mai 2020 - 05h13
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Uma das forças que mais transformaram a vida nas grandes cidades nos últimos anos, o Uber já está se preparando para o mundo após o período de isolamento social, quando as pessoas tiverem de retomar suas atividades - uma realidade em alguns países da Europa e da Oceania, mas que parece distante ainda do País. A partir de segunda-feira, 18, a empresa vai mudar suas políticas de segurança para esse "novo normal", em medidas que foram anunciadas nesta quarta-feira, 13.

A visão da companhia é de que as pessoas podem se preparar para uma segunda "primeira viagem" no Uber, agora adequada aos novos tempos. Após o anúncio das medidas, que incluem uso obrigatório de máscaras e nenhum passageiro no banco da frente, o Estado conversou com Sachin Kansal, diretor global de produtos de segurança da empresa.

Para ele, as novas medidas não devem incentivar as pessoas a saírem de casa. "Queremos, na verdade, estar prontos para quando as pessoas precisarem sair", afirma o executivo.

O Brasil ainda está fazendo a retomada das atividades. Por aqui, a discussão está mais em torno se devemos fazer o confinamento obrigatório. Como o sr. vê o momento do Uber em meio ao cenário do País? As pessoas devem sair de casa, então?

Honestamente, acredito que as medidas que anunciamos nesta quarta-feira são sobre quando as pessoas estiverem prontas para sair de suas casa, seja amanhã ou daqui a um mês. Nosso objetivo é que as pessoas se sintam seguras. No novo normal, as expectativas para segurança vão ser muito maiores no transporte público e nos aplicativos. Como empresa, queremos estar preparados para isso e elevar o nível. Quando falamos para que todos usem máscaras, isso surgiu a partir de comentários que recebemos de motoristas e passageiros. Todos se sentem mais seguros usando uma máscara e vendo outros usando máscaras. Haverá alguém nesse carro depois de mim e também devo protegê-lo. A psicologia mostra isso: mesmo sendo um pouco inconveniente usar uma máscara, todos se sentem mais seguros. Mas se há uma ordem de confinamento, por exemplo, queremos respeitar isso. Queremos estar prontos para quando as pessoas precisarem sair.

Corridas poderão ser canceladas se motoristas ou passageiros estiverem sem máscara. Mas a comprovação disso é difícil, será na base da confiança. Como o Uber fará para evitar abusos?

Sempre há um jogo de escolhas quando você cria uma função. Toda função pode ser abusada. Sempre existe esse potencial. Mas temos pesos e contrapesos. Não é só o motorista que nos dá feedback, mas também o motorista. E temos muito feedback. Se um motorista abusar disso para ganhar com as taxas de cancelamento, podemos agir. O mesmo vale para os passageiros que quiserem se aproveitar. É por isso que somos um marketplace. Essas tecnologias existem mas não devem ser um entrave para a segurança. É assim que estamos operando.

Muita gente, nos últimos anos, passou a depender do Uber para seu transporte, seja por ter vendido o carro ou nem aprendido a dirigir. Quando fico doente, uso o Uber para ir para o hospital numa emergência. Se estiver com falta de ar e precisar de um Uber, devo usá-lo? Qual é a orientação da empresa nesse caso?

Nossa intenção é proteger os dois lados. Se alguém tem sintomas que podem ser de covid-19, a recomendação é não utilizar os nossos serviços, para não colocar outras pessoas em risco. Há outro ser humano na corrida além do passageiro. Fazer o distanciamento social dentro de um carro é muito difícil, essa é a intenção por trás de tudo isso.

Estadão
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