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Presidente do Google pede regulação de inteligência artificial com moderação

Sundar Pichai citou os perigos, mas lembrou dos ganhos sociais prometidos pela tecnologia

20 jan 2020 - 16h37
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Sundar Pichai, presidente executivo da Alphabet, controladodora do Google, manifestou nesta segunda, 20, apoio à proposta da União Europeia de banir temporariamente o uso de reconhecimento facial por causa da possibilidade de usos malignos da tecnologia.

"Acho importante que governos e legislações tratem disso rapidamente, e estabeleçam regras", disse Pichai numa conferência em Bruxelas. A Comissão Europeia, o braço executivo da União Europeia, vem adotando uma postura mais dura em relação à inteligência artificial (IA) e reconhecimento facial do que os EUA. Ela reforçaria regulações já existentes de privacidade e direitos de dados, segundo uma proposta de 18 páginas acessada pela Reuters.

Parte disso inclui o banimento por até cinco do uso de reconhecimento facial em áreas públicas, o que daria mais tempo para a União Europeia resolver como prevenir abusos.

"Talvez seja melhor um período de espera antes de realmente entendermos como a tecnologia é usada", disse Pichai. "Depende de governos determinar o curso para o uso da tecnologia", completou. Pichai, porém, pediu aos reguladores uma "abordagem proporcional" para a tecnologia.

Reguladores ainda estão lutando para entender como lidar com a IA à medida que empresas e agências de segurança adotam a tecnologia: por um lado, querem encorajar a inovação, mas por outro querem combater usos inapropriados da tecnologia. "Não há dúvidas de que a IA precisa ser regulada, mas legisladores precisam tratar disso com cuidado", disse Pichai.

"Regulação sensível deve adotar uma abordagem proporcional, equilibrando potenciais danos com oportunidades sociais. Isso é especialmente verdadeem área que têm alto risco e alto valor", falou. Segundo ele, legisladores deveriam moldar regras para setores diferentes - ele citou carros autônomos e dispositivos médicos como áreas que pedem regras diferentes.

Ele pediu também que diferentes governos alinhem suas regras e tenham valores básicos em comum. No começo do mês, o governo dos EUA publicou orientações regulatórias em relação a IA com a intenção de limitar o alcance de autoridades, e pediu à Europa para evitar uma abordagem agressiva.

Pichai disse que seria importante ver com clareza aquilo que pode dar errado com o uso de IA. Da mesma forma que a tecnologia promete benefícios imensos, existe o potencial para consequências negativas, explicou. Uma área de preocupação é chamada de "deep fake", vídeos ou áudios manipulados por IA, que podem mentirosamente colocar indivíduos em qualquer situação.

Estadão
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