Presidente do Google pede regulação de inteligência artificial com moderação
Sundar Pichai citou os perigos, mas lembrou dos ganhos sociais prometidos pela tecnologia
Sundar Pichai, presidente executivo da Alphabet, controladodora do Google, manifestou nesta segunda, 20, apoio à proposta da União Europeia de banir temporariamente o uso de reconhecimento facial por causa da possibilidade de usos malignos da tecnologia.
"Acho importante que governos e legislações tratem disso rapidamente, e estabeleçam regras", disse Pichai numa conferência em Bruxelas. A Comissão Europeia, o braço executivo da União Europeia, vem adotando uma postura mais dura em relação à inteligência artificial (IA) e reconhecimento facial do que os EUA. Ela reforçaria regulações já existentes de privacidade e direitos de dados, segundo uma proposta de 18 páginas acessada pela Reuters.
Parte disso inclui o banimento por até cinco do uso de reconhecimento facial em áreas públicas, o que daria mais tempo para a União Europeia resolver como prevenir abusos.
"Talvez seja melhor um período de espera antes de realmente entendermos como a tecnologia é usada", disse Pichai. "Depende de governos determinar o curso para o uso da tecnologia", completou. Pichai, porém, pediu aos reguladores uma "abordagem proporcional" para a tecnologia.
Reguladores ainda estão lutando para entender como lidar com a IA à medida que empresas e agências de segurança adotam a tecnologia: por um lado, querem encorajar a inovação, mas por outro querem combater usos inapropriados da tecnologia. "Não há dúvidas de que a IA precisa ser regulada, mas legisladores precisam tratar disso com cuidado", disse Pichai.
"Regulação sensível deve adotar uma abordagem proporcional, equilibrando potenciais danos com oportunidades sociais. Isso é especialmente verdadeem área que têm alto risco e alto valor", falou. Segundo ele, legisladores deveriam moldar regras para setores diferentes - ele citou carros autônomos e dispositivos médicos como áreas que pedem regras diferentes.
Ele pediu também que diferentes governos alinhem suas regras e tenham valores básicos em comum. No começo do mês, o governo dos EUA publicou orientações regulatórias em relação a IA com a intenção de limitar o alcance de autoridades, e pediu à Europa para evitar uma abordagem agressiva.
Pichai disse que seria importante ver com clareza aquilo que pode dar errado com o uso de IA. Da mesma forma que a tecnologia promete benefícios imensos, existe o potencial para consequências negativas, explicou. Uma área de preocupação é chamada de "deep fake", vídeos ou áudios manipulados por IA, que podem mentirosamente colocar indivíduos em qualquer situação.