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Presidente do Google depõe no Congresso dos EUA sobre transparência e uso de dados

Sundar Pichai começou a ouvir as primeiras perguntas por volta de 13h10 (horário de Brasília); executivo foi convocado para dar esclarecimentos sobre o funcionamento do maior buscador do mundo

11 dez 2018 - 13h53
(atualizado às 19h50)
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O presidente do Google, Sundar Pichai, testemunhou nesta terça-feira, 11, aos congressitas dos Estados Unidos sobre como o maior buscador do mundo funciona e quais ferramentas de transparência são adotadas pela empresa.

Por vota das 13h10 (horário de Brasília), Pichai começou a ouvir as primeiras perguntas. O secretário das Forças Armadas dos EUA, Ryan McCarthy agradeceu a presença do executivo e afirmou que ele foi convocado devido à importância da empresa nas buscas de internet, no uso do sistema operacional Android e no impacto das coletas de dados de americanos pela empresa.

"Os americanos precisam acreditar nas grandes empresas. Precisam saber se o Google é instrumento de liberdade ou de controle", disse.

Bob Goodlatte, presidente do Comitê Judiciário do Congresso, disse que a empresa precisava ser acompanhada devido à coleta massiva de dados que ela pode fazer. O parlamentar lembrou que o Android possui ferramentas para coletar a localização e temperatura em tempo real da maioria dos americanos.

"O sistema Android é o mais usado no Estados Unidos. Americanos usam o celular o tempo todo e o Google tem esses dados sensíveis. Que tipo de informação a empresa coleta, por exemplo, da câmera e do microfone?", disse.

Questionado sobre as coletas feitas pelos sistemas do Google, Pichai confirmou que a empresa utiliza as informações. "Temos os dados que os usuários nos permitem coletar", disse o executivo.

Goodlatte questionou se o Google notifica esses usuários quando há mudanças no sistema de coleta. O presidente do Google disse que sim, que frequentemente avisa os usuários de serviços Google que eles precisam ler os termos de privacidade.

O democrata Jerrold Nadler perguntou se o Google teve algum impacto nas últimas eleições americanas. Pichai disse que equipes do Google identificaram russos comprando publicidade, mas que isso não afetou as eleições.

A também democrata Zoe Lofgren quis saber como funcionava o algoritmo do buscador. O presidente do Google explicou que o sistema por trás avalia palavras chaves em vários sites e os ranqueia de acordo com alguns guias como mais recentes e mais confiáveis. Pichai também negou que seja possível manipular os sites e imagens que aparecem no resultado.

"Nosso sistema torna impossível que algum funcionário ou um grupo de funcionários, por exemplo, interfira nos resultados da busca".

Sheila Jackson Lee perguntou a Pichai se era verdade que o Google pretendia voltar à China por meio do projeto Dragonfly - o buscador chinês tem sofrido críticas de especialistas e de funcionários da empresa, que não concordam com a censura de termos estipulados pelo governo chinês. Pichai, no entanto, disse que não há previsão de lançar o projeto na China.

O congressista Ted Poe pressionou o Google sobre uma possível regulamentação de empresas de tecnologia. "O Google é um empresa tendenciosa?", perguntou. Pichai negou a possibilidade. Em resposta, o congressista disse que o Google não é do governo para definir se é ou não uma companhia tendenciosa. Poe também disse que a coleta de dados de americanos é perigosa porque, ao contrário da União Europeia, o país não possui uma lei de proteção de dados.

Doug Collins voltou a questionar sobre a transparência da empresa na coleta de dados. "Pichai, quantas pessoas o senhor acha que realmente entendem o que está escrito nos termos de privacidade?", questionou. Pichai afirmou que a empresa acredita que muitos de seus usuários leem e entendem os pedidos de coleta. "Isso é visto na quantidade de pessoas que mudam suas autorizações diariamente".

Ciclo. O depoimento do presidente do Google fechou um ano marcado por explicações de executivos de gigantes de tecnologia ao Congresso americano. Os parlamentares buscaram saber como essas empresas coletam os dados dos usuários e mantém a privacidade dessas informações.

Em abril foi a vez do presidente do Facebook, Mark Zuckerberg, explicar como a maior rede social do mundo lidava com dados pessoais de milhões de usuários. O depoimento aconteceu após o vazamento de dados de 87 milhões de usuários do Facebook no que ficou conhecido como escândalo do Cambridge Analytica.

Estadão
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