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Parlamento britânico convoca Zuckerberg para audiência

Fundador do Facebook será ouvido sobre Cambridge Analytica

20 mar 2018 - 10h44
(atualizado às 11h46)
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Mark Zuckerberg
Mark Zuckerberg
Foto: Reuters

A Comissão Parlamentar britânica convocou nesta terça-feira (20) o fundador e CEO do Facebook, Mark Zuckerberg, para comparecer a uma audiência para esclarecer o escândalo envolvendo a empresa de análise de dados Cambridge Analytica, acusada de violar as informações de 50 milhões de usuários em campanhas eleitorais nos Estados Unidos.

De acordo com a nota divulgada pelo presidente da comissão, Damian Collins, "chegou a hora de escutar um alto executivo do Facebook com autoridade suficiente para explicar este grande fracasso".

Na noite de ontem (19), a chefe da Comissão de Informação do Reino Unido, Elizabeth Denham, afirmou que quer conseguir um mandado de busca para coletar dados nos escritórios da companhia. Segundo um vídeo divulgado pelo canal britânico "Channel 4 News", empresários da Cambridge Analytica foram filmados sugerindo maneiras de boicotar e difamar políticos, incluindo pagamento de propina e uso de prostitutas.

No entanto, a companhia de análise de dados afirmou, em comunicado, que a reportagem foi "editada e roteirizada para deturpar grosseiramente a natureza daquelas conversas e como a empresa conduz seu negócio". Além disso, os executivos negaram "energicamente" as acusações de roubo de dados. Hoje, o chefe de privacidade da União Europeia, Giovanni Buttarelli, afirmou que o Parlamento Europeu está ciente dos riscos e está "empenhado em ir mais fundo" mesmo com uma comissão especial, a qual "oferecemos nosso apoio".

Segundo ele, as eleições europeias do próximo ano "são um teste importante para todos nós, não estamos aqui para te alarmar, mas o problema é real e urgente".

Em um relatório divulgado por Buttarelli, a violação dos dados de usuários teve impacto também nas eleições na França, no Reino Unido e nos Estados Unidos. "Vai muito além o caso da Cambridge Analytica surgido meses atrás. Tudo começou com uma análise de notícias falsas, discurso de ódio e manipulação de dados com a finalidade de influenciar as eleições.

"Realizamos uma análise precisa e densa de dezenas de exemplos concretos sobre como os dados são utilizados sem o conhecimento das partes interessadas: software vocal, testes de personalidade, jogos, sistem wifi e câmeras de vídeos", explicou Buttarelli.

O objetivo do relatório é "processar mais de 52 mil padrões, que são modelos para classificar as pessoas". Com isso, as seleções são usadas para influenciar o voto. "Agora é certo que algumas campanhas políticas foram baseadas nessas ferramentas e orientaram e manipularam as mensagens com base em perfil indevido de pessoas", enfatiza o diretor de privacidade da UE.

O "caso Cambridge Analytica" estourou no fim de semana, quando os jornais The New York Times e The Guardian publicaram que a empresa violara os dados de usuários nos EUA por meio de um teste de personalidade desenvolvido por um acadêmico russo, Aleksandr Kogan.

Ao todo, cerca de 270 mil pessoas teriam feito o teste, e Kogan teria tido acesso a dados de identidade, localização e dos contatos desses usuários, totalizando 50 milhões de indivíduos.

Em seguida, teria repassado as informações para a Cambridge Analytica, o que é proibido.

A empresa foi contratada pela campanha do então candidato à Presidência Donald Trump, que hoje vê membros de seu governo e sua família suspeitos de conluio com a Rússia para beneficiá-lo nas eleições. Ações O Facebook amanheceu nesta terça (20) novamente em queda na bolsa de valores no início das negociações em Wall Street. Os títulos da rede social caem 2,82% pontos em decorrência do escândalo envolvendo a empresa de análise Cambridge Analytica. Ranking dos bilionários Após a polêmica do uso de dados dos usuários, a fortuna de Zuckerberg diminuiu US$4,9 bilhões, fazendo o bilionário cair para a quinta posição (-1) no ranking da Bloomberg.

Com a queda das ações, outros bilionários também viram sua fortuna reduzir. O fundador da Amazon, Jeff Bezos, ficou US$ 2,1 bilhões mais pobre, enquanto que Larry Page e Sergey Brin, da Alphabet, holding que controla a Google, perderam US$ 1,5 bilhão cada um.

No total, a fortuna do fundador do Facebook caiu para US$ 70,4 bilhões.

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