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Papa diz que empresas de tecnologia têm responsabilidade de proteger crianças

14 nov 2019 - 12h27
(atualizado às 18h42)
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O papa Francisco disse nesta quinta-feira que executivos e investidores de empresas de tecnologia precisam ser responsabilizados se colocarem o lucro à frente da proteção das crianças, o que inclui o acesso fácil à pornografia na internet.

Papa Francisco abençoa criança ao chegar à audiência geral no Vaticano
09/10/2019
REUTERS/Remo Casilli
Papa Francisco abençoa criança ao chegar à audiência geral no Vaticano 09/10/2019 REUTERS/Remo Casilli
Foto: Reuters

Francisco falou no início de uma conferência no Vaticano intitulada "Promovendo a Dignidade Infantil Digital", que reuniu empresas como Apple, Google, Microsoft e Facebook e grupos de proteção infantil, autoridades judiciais e da aplicação das leis.

"Empresas que oferecem serviços (de internet) se consideram há tempos meros fornecedores de plataformas tecnológicas, nem legal nem moralmente responsáveis pela maneira como elas são usadas", disse Francisco.

"Existe uma necessidade de fazer com que investidores e administradores continuem sendo responsabilizados, para que o bem de menores e da sociedade não seja sacrificado em prol do lucro".

Francisco disse que a "experiência dolorosa e trágica" da Igreja com sua própria crise de abusos sexuais lhe deu a "tarefa de abordar essas questões com uma visão de longo prazo".

No mês passado, Estados Unidos, Reino Unido e Austrália pediram ao Facebook que suspenda os planos de criptografar seu serviço de mensagens, dizendo que isso inibiria a luta contra o abuso infantil e o terrorismo.

Os predadores de crianças estão usando aplicativos de mensagens cada vez mais para cultivar suas vítimas e trocar fotos e vídeos explícitos, e o número de imagens conhecidas de abuso sexual infantil disparou de milhares para dezenas de milhões em poucos anos.

O executivo-chefe Mark Zuckerberg disse estar "esperançoso" de que o Facebook conseguirá identificar predadores com as mesmas ferramentas que usa para combater a interferência eleitoral.

Uma participante destacada da conferência foi a rainha Silvia da Suécia, ativista de longa data dos direitos infantis.

Citando estudos que mostram que a idade média do primeiro acesso a pornografia digital é 11 anos, Francisco disse que as companhias precisam se esforçar mais para identificar a idade dos usuários e intensificar a cooperação com autoridades de aplicação das leis para combater a pornografia infantil.

Ainda nesta quinta-feira, o papa exortou os engenheiros de computação a fortalecerem as maneiras de usar inteligência artificial e algoritmos para proteger as crianças na internet, dizendo que deveriam se sentir "pessoalmente responsáveis por construir o futuro".

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