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EUA pode ter centro de tecnologia no mar para driblar imigração

14 dez 2011 - 07h49
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Uma startup americana desenvolveu um projeto que pretende driblar as rígidas leis de imigração dos Estados Unidos: a criação de uma incubadora de alta tecnologia em alto-mar. O projeto da Blueseed pretende construir um centro de pesquisa em um navio em águas internacionais próximas à costa da Califórnia. Segundo a empresa, a burocracia americana está impedindo que empresários criativos de todo o mundo tenham a chance de trabalhar no Vale do Silício e desenvolver tecnologias que poderiam criar empregos e impulsionar a economia do país.

Projeto prevê incubadora em alto-mar para driblar as rígidas leis de imigração dos EUA
Projeto prevê incubadora em alto-mar para driblar as rígidas leis de imigração dos EUA
Foto: Divulgação

A companhia divulgou na terça-feira maquetes detalhadas de como funcionaria a incubadora flutuante, que permitiria que empreendedores estrangeiros trabalhassem próximos ao Vale do Silício - região do estado da Califórnia onde estão situadas inúmeras empresas de tecnologia como Google, Apple e Intel - sem precisar se preocupar com vistos de trabalho para entrar nos Estados Unidos. O projeto já passou da fase da ideia e recebeu investimentos de empresas de capital de risco e do fundador do PayPal, Peter Thiel.

Um advogado de imigração afirmou à revista Wired que, legalmente, o projeto é válido, e o imigrante precisaria somente de um visto de turista - normalmente válido por 10 anos -, para trabalhar em águas internacionais (regidas não pela lei americana, mas por acordos marítimos) e poder desembarcar em terra, no Vale do Silício, quantas vezes quisesse.

O projeto prevê acomodoções, áreas de trabalho e "conveniências da vida moderna", segundo informações do site da empresa. A companhia estima que o navio-escritório seja inaugurado no terceiro trimestre de 2013, em um ambiente tão moderno que deverá ser chamado de "Googleplex do Mar".

Em entrevista à revista Wired, os criadores da empresa, o CIO Dan Dascalescu, o CEO Max Marty e o presidente Dario Mutabdzija, detalharam o projeto e como resolverão alguns problemas de estrutura para fazer funcionar um complexo tecnológico em alto-mar. Uma das dificuldades é básica: como fazer a internet chegar de forma eficiente e barata ao navio, já que as opções disponíveis hoje - conexão via satélite ou até mesmo a construção de um cabo submarino da terra à plataforma, por exemplo - têm valores proibitivos, segundo eles.

Como toda incubadora, a empresa ganharia uma participação nas startups instaladas no local. Os valores, segundo os executivos da Blueseed, irão variar caso a caso, ficando em torno de 3% a 9%. Os empreendedores não temem que a aprovação de leis pelo Congresso americano que possam relaxar as regras de imigração sejam um risco ao negócio. "Há a Lei de Visto para Startup, que nós apoiamos, mas não tem tido progresso. Se o Congresso aprovar essa lei, seria um sucesso", afirmou à Wired o CIO da empresa. "O projeto de lei tem inúmeras exigências. Mesmo que seja adotado, ainda acreditamos que haveria um mercado para Blueseed", afirma o presidente da companhia.

A ideia dos executivos é que as empresas, ao crescerem dentro da incubadora, devem criar os recursos necessários para se instalarem em terra. "Nosso trabalho é a ajudá-los a superar nossas instalações", afirmou Dascalescu à revista americana.

Fonte: Terra
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