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Momento da verdade para o Google se aproxima com decisão antitruste da UE

16 jul 2018 - 16h10
(atualizado às 16h16)
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O Google provavelmente vai receber uma multa antitruste recorde da União Europeia (UE) nesta semana relativa ao seu sistema operacional Android, mas rivais que esperam uma ordem para suspender as práticas comerciais injustas podem ficar desapontados.

Homem do lado de fora do espço do Google no Congresso Mundial de Tecnologia Móvel, em Barcelona, Espanha 
27/02/2018
REUTERS/Sergio Perez
Homem do lado de fora do espço do Google no Congresso Mundial de Tecnologia Móvel, em Barcelona, Espanha 27/02/2018 REUTERS/Sergio Perez
Foto: Reuters

A decisão da Comissão Européia, adiada por uma semana pela visita do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, a Bruxelas na semana passada para uma reunião de cúpula da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), é esperada para quarta-feira.

A decisão vem pouco mais de ano após a Comissão ter imposto uma penalidade de 2,4 bilhões de euros (2,8 bilhões de dólares) ao Google, uma unidade da Alphabet, por favorecer seu serviço de compras em detrimento dos concorrentes.

A multa da UE deve ultrapassar a multa de 2017 por causa do escopo mais amplo do caso Android, disseram fontes próximas ao assunto à Reuters.

A sanção da UE ocorre em meio a um conflito comercial entre os Estados Unidos e a UE, que revidou a decisão dos EUA de impor tarifas sobre as importações de aço e alumínio provenientes da Europa. A UE elevou as tarifas de 3,2 bilhões de dólares em produtos exportados pelos EUA.

O presidente da Comissão Européia, Jean-Claude Juncker, se encontrará com Trump em Washington DC sobre a questão comercial na próxima semana.

A decisão sobre o Android é a mais importante de um trio de casos antitruste contra o Google. Com a empresa capaz de fazer seus anúncios aparecerem em mais aplicativos de smartphone do que qualquer outro rival de tecnologia, a rede de aplicativos do Google silenciosamente se tornou um grande motor de crescimento.

Os altos pagamentos feitos pela empresa aos desenvolvedores de aplicativos, juntamente com seu relacionamento estreito com milhões de anunciantes, transformaram o Google na principal fonte de receita para muitos aplicativos. Sua Play Store é responsável por mais de 90 por cento dos aplicativos baixados em dispositivos Android na Europa.

A popularidade, por sua vez, pode significar uma batalha difícil para os reguladores antitruste da UE, que buscam equilibrar a concorrência com o Google, garantindo que os usuários possam fazer o download em lojas de aplicativos concorrentes e que os fabricantes de smartphones possam escolher aplicativos pré-instalados.

Reguladores dizem que o Google forçou fabricantes de smartphones a pré-instalar o Google Search junto com a Play Store e o navegador Chrome, assinar acordos para não vender dispositivos em sistemas rivais do Android e também pagar fabricantes de smartphones para pré-instalarem apenas o Google Search em seus dispositivos.

O Google negou as acusações, dizendo que o agrupamento Google Search com o Google Play permite oferecer todo o pacote gratuitamente, e que os fabricantes e usuários de smartphones têm uma ampla escolha.

A ação regulatória provavelmente vem tarde demais tendo em vista a posição arraigada do Google, disse o analista Richard Windsor, da empresa de pesquisa Radio Free Mobile.

"Os usuários na UE estão agora completamente acostumados a usar os serviços do Google e passaram a preferi-los", disse ele.

"Por isso, acho que separar o Google Play do restante dos serviços do Google Digital Life teria muito pouco impacto, já que os usuários simplesmente baixariam e instalariam os serviços da loja", disse Windsor.

O caso Android foi desencadeado por uma queixa em 2013 do grupo de lobbying FairSearch, cujos membros na época incluíam concorrentes como Oracle , Nokia e Microsoft.

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