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Ministro britânico confronta Google sobre "conteúdo de abuso sexual infantil"

30 ago 2018 - 13h52
(atualizado às 16h48)
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O ministro britânico das Relações Exteriores, Jeremy Hunt, acusou o Google nesta quinta-feira de abandonar seus valores morais ao não remover conteúdo de abuso infantil enquanto lança uma versão de seu mecanismo de busca na China que bloqueará alguns sites.

Prédio do Google em Pequim, China
08/08/2018 REUTERS/Thomas Peter
Prédio do Google em Pequim, China 08/08/2018 REUTERS/Thomas Peter
Foto: Reuters

O governo do Reino Unido criticou repetidamente plataformas online, como Twitter, YouTube e Facebook, por não removerem material abusivo ou conteúdo sexual, mesmo depois de serem notificados.

"Parece extraordinário que o Google esteja considerando censurar seu conteúdo para entrar na China, mas não cooperará com o Reino Unido e Estados Unidos na remoção do conteúdo de abuso infantil", disse Hunt no Twitter. "Eles costumavam ser tão orgulhosos de serem orientados por valores."

O Google planeja um motor de busca na China que bloqueará alguns termos de pesquisa e sites, disseram duas fontes à Reuters no início do mês, movimento que pode marcar seu retorno a um mercado abandonado há oito anos por receio de censura.

Em declaração o Google concordou com Hunt que o abuso sexual infantil é "repugnante e deve ser removido, e é por isso que cooperamos com os governos para combater o abuso sexual infantil online".

Reino Unido, EUA, Austrália, Canadá e Nova Zelândia convidaram grandes empresas de tecnologia para participar de uma reunião sobre o abuso infantil e extremismo em seus sites, mas as empresas se recusaram a comparecer, informou o Daily Mail nesta quinta-feira.

O Google disse que se ofereceu para enviar um executivo para a conferência.

Em janeiro, a primeira-ministra Theresa May disse no Fórum Econômico Mundial em Davos que os investidores deveriam usar seu poder financeiro para forçar as empresas de internet a assumir mais responsabilidade para deter extremistas e pedófilos usando suas plataformas.

O Google, que deixou o mercado de mecanismos de pesquisa da China em 2010, vem buscando formas de entrar novamente na China, onde muitos de seus produtos são bloqueados pelos reguladores.

Líderes de grupos de direitos humanos, incluindo a Anistia Internacional, pediram que o Google não ceda às exigências de censura na China porque, se fizer isso, a empresa será cúmplice na repressão à liberdade de expressão.

Os termos de pesquisa sobre direitos humanos, democracia, religião e protestos pacíficos estarão entre as palavras colocadas na lista negra do site de busca, que, segundo o The Intercept, já havia sido apresentado ao governo chinês.

O projeto "Dragonfly" está em andamento desde a primavera de 2017, segundo o site de notícias.

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