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Mesmo com pouca inovação, Apple reforça aposta em iPhones mais caros

Após bater US$ 1 trilhão em valor de mercado graças às vendas do celular lançado em 2017, empresa revela dois aparelhos de mais de US$ 1 mil, que trazem novidades incrementais

13 set 2018 - 05h11
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Ao anunciar os novos iPhones, a Apple deu mais um exemplo da velha máxima de que "em time que está ganhando, não se mexe". Após atingir, em agosto, a marca de US$ 1 trilhão em valor de mercado graças às boas vendas do iPhone X, lançado por US$ 1 mil no ano passado, a empresa decidiu repetir a dose. Na última quarta-feira, 12, lançou três novos modelos de smartphones - dois deles, o iPhone XS e o iPhone XS Max, custarão pelo menos US$ 1 mil nos EUA, mas podem chegar a até US$ 1.450.

Já o outro aparelho, o iPhone XR, tido como "uma versão econômica", custará US$ 750 e tentará atrair quem não tem os bolsos assim tão cheios. Em comum, os três aparelhos têm diversas características que chamaram a atenção no ano passado, como o design arrojado com a tela "infinita", quase sem bordas, e o sistema de reconhecimento facial Face ID, usado para desbloquear o telefone. Ainda não há previsão de preço ou data de lançamento no Brasil.

No quesito inovação, segundo analistas ouvidos pelo Estado, a empresa foi discreta. A falta de grandes novidades desanimou investidores: na Nasdaq, as ações da fabricante caíram 1,2% ontem; no último ano, porém, a empresa acumula alta de 38%. "A Apple inovou muito no ano passado. Neste ano só aprimorou", diz Eduardo Pellanda, professor da PUC-RS.

Para o especialista, a empresa voltou a um ciclo bienal, no qual traz novidades em um ano e as aprimora no outro, normalmente identificado por lançamentos que incluem a letra S. "Faltou uma função que distinguisse o novo iPhone de edições anteriores. Houve só inovações incrementais", diz Frank Gillett, vice-presidente da consultoria americana Forrester.

Entre os avanços estão as melhorias na câmera, que nos iPhones XS ganhou ferramentas de software capazes de alterar o foco de imagens mesmo após a captura. Também houve mudanças no sistema de processamento e no tamanho dos smartphones - o iPhone XS Max, vendido a partir de US$ 1,1 mil, tem tela de 6,5 polegadas, a maior já utilizada em um aparelho da empresa de Steve Jobs. Outra novidade, presente apenas nos modelos mais caros, é conhecida de brasileiros acostumados a aparelhos mais baratos: a possibilidade de usar dois chips de operadoras diferentes.

'Pop'. "Queremos atingir todos os consumidores possíveis", disse Phil Schiller, vice-presidente de marketing da Apple, durante o evento de lançamento, ontem, destacando a versão "popular" do iPhone.

Com poucas características diferentes dos modelos mais caros, como tela de LCD ou câmera traseira com apenas uma lente, o iPhone XR está sendo visto por analistas como uma possibilidade da Apple ampliar a base de clientes. "Ainda é caro", diz Tuong Nguyen, da consultoria Gartner. "Mas, por US$ 750, ele se torna palatável para quem não quer gastar tanto em um celular." Para Renato Franzin, professor da USP, o modelo mais barato deverá atrair quem está interessado, principalmente, em ter um produto Apple: "O XR também vai ajudar o usuário ganhar entrada na festa VIP."

Estadão
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