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Mesmo após Pix, aval do BC não vem e suspensão para WhatsApp Pay completa cinco meses

Fontes próximas ao WhatsApp dizem que não há previsão de quando o BC deve liberar a ferramenta

23 nov 2020 - 17h39
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Pausa no WhatsApp Pay não tem data para acabar
Pausa no WhatsApp Pay não tem data para acabar
Foto: WhatsApp/Divulgação / Estadão

A despeito do lançamento oficial do Pix, sistema de pagamentos instantâneos do Banco Central, na semana passada, o órgão regulador ainda não autorizou o WhatsApp a retomar sua solução de envio e recebimento de dinheiro, suspensa há cinco meses. Desde que foi bloqueado, em 23 de junho, o aplicativo tem mantido contato com a autoridade monetária no Brasil contando com a ajuda de seu dono, o Facebook, para tentar retomar a ferramenta ainda neste ano. Enquanto espera, já lançou a mesma solução na Índia.

Fontes próximas ao WhatsApp dizem que não há previsão de quando o BC deve liberar a ferramenta, mas ainda há a expectativa de algum 'sinal de fumaça' em 2020. Procurado, o aplicativo reiterou, por meio de sua assessoria de imprensa no Brasil, a esperança de que o regulador conceda seu aval ainda neste ano.

"A liderança do WhatsApp tem mantido conversas frequentes com a cúpula do Banco Central para restaurar a funcionalidade de pagamentos no WhatsApp. Sobre o prazo, assim que possível, o que deve acontecer até o final do ano", informou o WhatsApp ao Estadão/Broadcast.

Desde que a solução foi bloqueada em junho, já foram feitas ao menos nove reuniões entre executivos do aplicativo e do Facebook junto a representantes do BC, conforme monitoramento da agenda pública dos membros da autoridade monetária feito pelo Broadcast.

Como é considerada uma espécie de rival do Pix, a expectativa de especialistas consultados pelo Estadão/Broadcast era de que a solução do WhatsApp fosse liberada somente após o BC estrear o seu sistema de pagamentos instantâneos, que começou a operar oficialmente na semana passada. No entanto, até agora o aval não veio. Uma das explicações seria a de que o BC quer, primeiro, que o Pix ganhe tração para depois abrir o caminho para o eventual concorrente.

O presidente do Banco Central, Roberto Campos, afirmou, durante coletiva de lançamento do Pix, que o WhatsApp deve começar a fazer transações financeiras P2P, aquelas de uma pessoa para outra, em breve no Brasil e que depois fará também P2M, de pessoa para estabelecimento.

"O WhatsApp vai começar fazendo P2P já em breve. Eu tenho conversado bastante com o CEO do WhatsApp e ele tem me dito que o processo no BC foi mais rápido do que em outros países", disse ele na ocasião, acrescentando que o regulador também mantém conversas com o Google e outras bigtechs, como ficaram conhecidas as gigantes do mundo da tecnologia.

Essa não é a primeira vez, contudo, que o presidente do BC promete algum avanço para "breve", quando questionado sobre a solução de envio e recebimento de dinheiro do WhatsApp. Em julho último, menos de um mês depois do bloqueio, Campos já tinha prometido aprovação "o mais rápido possível".

Enquanto aguarda o BC liberá-lo no Brasil, o WhatsApp lançou sua solução de pagamentos na Índia. Por lá, a ferramenta foi desenvolvida em parceria com a Corporação Nacional de Pagamentos da Índia (NPCI, na sigla em inglês), por meio da Interface de Pagamento Unificada (Upi, na sigla em inglês). A Upi guarda algumas semelhanças com o Pix, do Brasil. Trata-se de um sistema de pagamento em tempo real que permite transações entre 160 bancos autorizados na Índia.

No Brasil, o WhatsApp se uniu a nomes como o Banco do Brasil, Cielo, Nubank e outros para lançar sua ferramenta de pagamentos. Ainda assim, o BC achou melhor por suspender a operação, alegando a necessidade de avaliar questões de competição e privacidade. Uma das críticas do regulador é exatamente o fato de a solução contar com apenas um adquirente.

Estadão
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