Mark Zuckerberg será incluído em processo sobre o escândalo Cambridge Analytica nos EUA
O caso, que veio à tona em março de 2018, permitiu que a firma britânica de marketing político coletasse dados de mais de 87 milhões de pessoas por meio da rede social
Pela primeira vez, Mark Zuckerberg será pessoalmente responsabilizado em um processo contra o Facebook nos Estados Unidos. O procurador-geral do Distrito de Columbia, Karl Racine, informou nesta quarta-feira, 20, que planeja incluir Zuckerberg em uma ação judicial sobre o escândalo Cambridge Analytica, apresentada em dezembro de 2018.
Em comunicado, Racine afirmou que as evidências coletadas nos últimos dois anos deixaram claro que "Zuckerberg consciente e ativamente participou de cada decisão que levou à coleta em massa de dados de usuários do Facebook pela Cambridge Analytica e às declarações falsas do Facebook aos usuários sobre a segurança de seus dados". O caso, que veio à tona em março de 2018, permitiu que a firma britânica de marketing político coletasse dados de mais de 87 milhões de pessoas por meio da rede social.
"Nessas circunstâncias, a escolha de adicionar Zuckerberg ao nosso processo é inquestionável e deve enviar uma mensagem de que os líderes corporativos, incluindo CEOs, serão responsabilizados por suas ações", disse Racine.
Em resposta, o Facebook questionou as acusações. "Essas alegações são tão sem mérito hoje quanto eram há mais de três anos, quando o Distrito apresentou sua queixa", disse Andy Stone, porta-voz do Facebook, em comunicado. "Continuaremos nos defendendo vigorosamente e nos concentrando nos fatos".
Em 2019, o Facebook chegou a um acordo com a Comissão Federal do Comércio dos EUA (FTC, na sigla em inglês) para o pagamento de uma multa de US$ 5 bilhões devido aos seguidos casos de violação de privacidade da empresa. O escândalo Cambridge Analytica levou o executivo a ter de depor no Congresso americano durante mais de dez horas.