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Putin assina lei que tenta acabar com grupos que induzem suicídio na internet

7 jun 2017 - 13h08
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Moscou, 7 jun (EFE). - O presidente da Rússia, Vladimir Putin, aprovou nesta quarta-feira a lei que punirá com prisão quem induzir um menor de idade ao suicídio, na tentativa de frear a propagação dos "grupos da morte" nas redes sociais, entre eles a "Baleia Azul".

A norma, publicada hoje no site oficial do governo, eleva a incitação ao suicídio a categoria de crime grave que pode ser castigado com até seis anos de prisão. A lei foi redigida pouco depois de o jornal "Novaya Gazeta" denunciar em uma reportagem que "grupos da morte" na internet teriam levado mais de 100 adolescentes a se matar.

Os críticos da lei advertem que ela abre espaço a múltiplas interpretações e permite penalizar praticamente qualquer por um por uma declaração infeliz.

O alerta social foi dado no ano passado, quando a Rússia viveu o auge dos suicídios infantis. À época 720 menores de idade tiraram a própria vida, conforme dados oficiais.

Para o Comissário dos Direitos da Criança em Moscou, Evgeny Bunimovich, a expansão das "redes sociais e da internet" é, sem dúvida, uma das causas do aumento dos suicídios.

"É algo que nos preocupa muito", reconheceu.

A estratégia de prevenção inclui, em particular, cursos para professores e psicólogos para que saibam detectar o problema antes que seja tarde.

Bunimovich destacou que na era digital os pais têm muita dificuldade para conhecer o estado de ânimo dos filhos.

"Uma coisa são as más influências que estão por aí. Essas, pelo menos, você vê. Outra, completamente diferente, é quando a criança passa horas e horas na frente do computador sem que ninguém saiba que ela está realmente fazendo".

Segundo as autoridades russas, os "grupos da morte" se multiplicam com uma velocidade assombrosa e só em 2016 os 20 mil comunidades virtuais foram bloqueadas por incitarem crianças e adolescentes a acometer suicídio.

EFE   
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