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Youtuber aborda diversidade em vídeo por meio de Libras

Deficiente auditivo, Léo Viturinno alia pautas LGBTs a acessibilidade

26 jun 2019 - 15h56
(atualizado às 16h22)
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Léo Viturinno aborda diversidade em vídeo por meio de Libras.
Léo Viturinno aborda diversidade em vídeo por meio de Libras.
Foto: Instagram/@leoviturinno / Estadão Conteúdo

Surdo de nascença, o baiano Léo Viturinno soube se expressar para conquistar um nicho pouco explorado no YouTube: o da diversidade aliada a acessibilidade. Em agosto de 2016, entrou para a plataforma de vídeos com o objetivo de "transmitir conhecimentos para ouvintes que não têm contato com surdos", como explica em seu vídeo de introdução ao canal.

As reflexões sobre surdez eram a temática principal, mas aos poucos passou a dividir o espaço com vídeos sobre a comunidade LGBT. "Eu precisava passar informações sobre LGBTs para o povo surdo, acho extremamente importante eles aprenderem e compreenderem. Eu já fui um deles no passado: não conseguia descobrir quem eu era, nem sabia como assumir por medo, por falta de informação em Libras", recorda.

Inicialmente, Léo tinha interesse em cursar Medicina na faculdade porque "amava a ideia de poder cuidar e salvar pessoas". No entanto, por conta da falta de referências de pessoas surdas na área, desistiu das ciências biológicas e optou pelo curso de Letras. Hoje, especialista em Libras e professor universitário, cumpre sua missão de apoio e cuidado por meio da internet.

"Eu achava que era normal conviver com as crianças ouvintes, mas com o passar do tempo comecei a perceber que eles ficavam conversando oralmente entre si e quando estavam comigo só brincavam, sem bater papo", recorda Léo sobre a infância e a descoberta da surdez. De acordo com o último Censo Demográfico feito pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), há quase dez milhões de pessoas com algum grau de deficiência auditiva no Brasil.

Em seu canal no YouTube, rede social em que acumula mais de 32 mil inscritos, Léo sinaliza sobre assuntos contemporâneos, leciona a Língua Brasileira de Sinais, explica questões da comunidade LGBT e compartilha hobbies como livros, séries e filmes, tudo isso por meio das Libras e com legendas em português.

* Estagiária sob supervisão de Charlise Morais

Estadão
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