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'Para brasileiro, empréstimo é dívida; para americano, é alavancagem', diz fundadora de startup

Fundada em 2015, a startup Bcredi tem uma meta: reduzir o custo do crédito no Brasil

10 abr 2019 - 18h40
(atualizado às 18h47)
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Fundada em 2017, a startup Bcredi tem uma meta: reduzir o custo do crédito no Brasil, fazendo empréstimos com garantia e financiamentos imobiliários. A empresa nasceu dentro do grupo financeiro Barigui e ganhou autonomia há quatro anos. Em 2018, recebeu um aporte da eBricks Ventures. O projeto é liderado por Maria Teresa Fornea, que começou como advogada do grupo e montou o negócio após estudar nos EUA. Hoje, a

Bcredi empresta R$ 5 milhões mensalmente com taxas que começam em 1,14% ao mês. O empréstimo médio é de R$ 140 mil e o processo é 100% digital, diz a empreendedora. "Nem vemos os usuários na maioria dos casos", afirma Maria Teresa.

Por que oferecer crédito com garantia?

Hoje, o brasileiro médio está muito endividado, mas usa crédito com spread enorme e tempo curto de pagamento em meios como empréstimo pessoal ou cartão de crédito. Com o uso de uma garantia, como um imóvel, é possível aumentar prazos, fazer as taxas caírem e ter parcelas baratas. É uma questão de cultura: para o brasileiro, o empréstimo é dívida, enquanto para o americano, é alavancagem para um projeto pessoal. Nos EUA, 80% do crédito são feitos com garantias. Aqui no Brasil há uma oportunidade enorme: cerca de 70% dos imóveis estão livres de dívidas e poderiam gerar crédito mais barato.

Como a tecnologia pode auxiliar nesse processo?

Conseguimos analisar os documentos e gerar os contratos de empréstimo com mais rapidez, com ajuda de algoritmos. O usuário consegue, só preenchendo os dados no nosso site, enviar a documentação e receber o crédito rapidamente - fechamos o contrato em até dez dias. Na maioria dos casos, nós não vemos o cliente, mas temos atendentes que conversam com o usuário por telefone. É importante educar as pessoas. Hoje, eu mesmo sou cética de que alguém pega R$ 150 mil online, colocando a casa como garantia, sem falar com ninguém. Mas isso vai mudar nos próximos anos. Outras startups, como a Creditas, oferecem empréstimo com garantia.

Como a sra. vê a concorrência?

A Creditas não é nossa rival; juntas, vamos sacudir esse mercado. O grande vilão é o desconhecimento. Além disso, temos públicos diferentes: a Creditas está focada em quem é assalariado, tem CLT. Nós focamos no profissional liberal e em pequenas e médias empresas, lançando o crédito no nome da empresa. Esse é um mercado carente de boas soluções.

Estadão
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