PUBLICIDADE

Itaú inaugura nova sede do centro para startups Cubo

Espaço de inovação agora terá 20 mil metros quadrados, na Vila Olímpia, zona sul da capital paulista, e quer receber mais de 200 empresas; hoje, são 65 startups, que faturaram R$ 230 milhões entre janeiro e julho deste ano

15 ago 2018 - 17h22
Compartilhar
Exibir comentários

O Itaú abriu nesta quarta-feira, 15 a nova sede do Cubo, centro de inovação voltado para startups tocado em parceria com o fundo Redpoint eVentures. O novo espaço, que também fica na Vila Olímpia, zona sul da capital paulista, tem 20 mil metros quadrados e quer sediar 200 empresas iniciantes de tecnologia, recebendo cerca de 2 mil pessoas todos os dias.

"A proposta de valor do Cubo é fomentar o empreendedorismo, criar valor para o País, criar negócios e, obviamente, com isso, o banco também vai se beneficiar", resumiu Ricardo Guerra, diretor executivo de tecnologia do banco, em coletiva de imprensa realizada na inauguração do espaço, em São Paulo. O Itaú não abre os investimentos feitos uma vez que o Cubo é uma empresa sem fins lucrativos e que o banco não espera retorno financeiro da iniciativa.

O executivo garante, no entanto, que a instituição já ganhou, segundo o executivo, em múltiplas frentes com o investimento tais como sob o ponto de vista do aperfeiçoamento da cultura da organização, modelo de negócios, adoção de novas tecnologias e uma gestão centrada no cliente.

"O mundo tem evoluído muito para um modelo digital e para isso é preciso velocidade, conexão e entregas contínuas para de fato entregar uma experiência melhor em escala. Esse era um modelo que não era empregado no banco nem em empresas até poucos anos atrás", destacou Guerra.

As empresas novatas de tecnologia já nascem com essa cultura, de acordo com ele, e o fato de o Itaú estar inserido nesse ecossistema "até o último fio de cabelo" afeta "frontalmente" a cultura do banco e o seu modelo de gestão. Desde o lançamento do Cubo, há três anos, 12 mil funcionários da instituição já participaram do espaço, cerca de 15% do quadro total de colaboradores do banco.

Expansão. Por ora, há 65 startups residentes - cerca de 1,5 mil já foram avaliadas pela equipe do Cubo para estar no espaço - e o potencial, de acordo com Guerra, é abrigar mais de 200 novatas, número este que deve variar dependendo do tamanho das empresas e também do tempo de permanência.

A ideia para a criação do novo Cubo, conforme o diretor de tecnologia do banco e responsável pelo centro, Lineu de Andrade, surgiu 18 meses após a inauguração da primeira versão. De lá para cá, os números da iniciativa se multiplicaram. Os negócios gerados entre grandes empresas e startups praticamente dobraram neste ano em relação a todo o exercício de 2017, saltando de 373 contratos no ano passado para mais de 720 de janeiro a julho. O faturamento seguiu na mesma toada, passando de R$ 110 milhões para mais de R$ 230 milhões, na mesma base de comparação. Além disso, o investimento das grandes empresas nos modelos de negócios das startups em 2018 já equivale a todo o montante aportado em 2017.

"Nosso grande objetivo com o Cubo é fomentar o ecossistema. O valor que temos aqui dentro é criar um centro de gravidade para que as grandes empresas, as mais jovens, universitários, investidores, todos possam se reunir, aprender e, acima de tudo, fazer negócios", disse Guerra. "O Cubo é um grande centro de negócios e a regra primordial é excelência. Queremos ter os melhores profissionais, as melhores startups e as melhores empresas focadas em empreendedorismo", acrescentou.

Atualmente, o Cubo conta com 18 mantenedores - grandes corporações - e, conforme Lineu, no novo espaço a expectativa é ampliar esse número para um total de 30 empresas. O novo espaço passa a contar com cinco verticais, sendo cada uma delas tocada em parceria com uma empresa especializada. São elas: educação com a Kroton, saúde com a Dasa, varejo com a BRMalls, fintech com o Itaú e Rede (ex-Redecard), e indústria, esta última ainda com o parceiro em aberto.

De acordo com Guerra, o banco está à procura de uma empresa para atuar na vertical de indústria e não descarta a possibilidade de ampliar o leque de parceiros atual. "O setor agro brilha nossos olhos", sugeriu ele.

Há quatro formatos de parcerias diferentes entre o Cubo e seus mantenedores. Para os residentes, o custo mensal do centro gira em torno de mil reais por assento.

Sobre a ampliação do Cubo, Guerra explicou que essa é uma questão constante na mesa de debates, mas que o grande valor do espaço está na escala, ou seja, na união de todos os envolvidos num mesmo espaço, que aumenta o potencial da iniciativa. No entanto, para atender mais startups e outras regiões do País o banco juntamente com seu parceiro investiu numa plataforma digital do Cubo que contempla mais de 250 novatas que têm acesso a um processo de curadoria semelhante às empresas residentes no espaço físico.

No início do ano, o Bradesco inaugurou um centro de empreendedorismo e incentivo à inovação, o inovaBra habitat, que conta com mais de 180 startups. Já o Banco do Brasil está investindo, sem alarde, em pequenas unidades de incentivo à inovação espalhadas pelo País. Já o Santander não tem um espaço físico nestes moldes.

Estadão
Compartilhar
Publicidade
Publicidade