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'Vamos investir em saúde animal', afirma CEO da Petlove após aporte de R$ 750 mi

Com investimento gigante em mãos, Talita Lacerda, nova chefe da startup, quer crescer em serviços de saúde e ampliar cidades atendidas

8 set 2021 - 17h00
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Como é possível observar em casas, condomínios, praças, parques e outros locais públicos, o mercado "pet" está latindo alto — segundo a projeção do Instituto Pet Brasil, o segmento de negócios para animais de estimação deve ultrapassar os R$ 46 bilhões em faturamento em 2021. Nessa onda, há um novo "cachorro grande" no canil. Após receber um cheque de R$ 750 milhões, em um aporte liderado pela Riverwood Capital, com participações de grandes fundos investidores como Softbank Latin America e Monashees, a Petlove está firme na disputa com Petz e Cobasi.

Talita Lacerda, 33, é a nova "mãe" desse pet. CEO da empresa desde junho, ela liderou o processo de captação do aporte e revelou, em entrevista ao Estadão, os próximos passos da Petlove para continuar avançando — e chegar ao sonhado status de unicórnio (startup avaliada em US$ 1 bilhão). Com MBA na Universidade de Chicago e passagens por empresas como BRF e pela consultoria BCG, Talita (e sua cachorrinha companheira, Mei) desenham um cenário de integração para todas as aquisições no setor e apostam forte no reforço de planos de saúde e serviços médicos para pets — hoje, a Petlove possui uma parceria com a Porto Seguro para oferecer a cobertura.

Prestes a lançar uma assinatura de plano de saúde diretamente na plataforma da Petlove, Talita contou como a startup quer se estabelecer como um bicho de grande porte no mercado. Confira abaixo os melhores momentos da entrevista.

O que muda na Petlove com o aporte de R$ 750 milhões?

É muito uma trajetória de continuidade: é mais um passo que a gente dá em uma jornada trabalhada de transformação da companhia nos últimos três anos. A primeira grande transformação foi transformar a Petlove de um e-commerce para um programa de assinatura. Acho que a gente conseguiu fazer isso e hoje já é 70% da nossa receita. O próximo passo foi transformar esse programa de assinatura em um ecossistema.

O que significa essa continuidade para a startup?

Nesse plano, sem dúvida é aprimorar produtos. O "Petlove já", que é nossa entrega rápida, por exemplo, está em alta escala em Belo Horizonte e São Paulo, e já estamos em expansão para dez cidades. A gente quer estar em 50 até o começo do ano que vem. O aporte vem para acelerar e levar isso para centenas de cidades no Brasil. Outras ações que esse investimento vem escalar para gente é poder financiar a abertura de novos centros de distribuição e a automação desses centros. Quanto mais eficiência a gente tem na nossa cadeia, mais rápido a gente entrega. São coisas que a gente planejava fazer daqui a um ano e meio ou dois anos só, mas estão sendo possíveis de serem feitas agora.

Que outros tipos de serviço a startup quer explorar?

A gente tem muita vontade de expandir no cuidado com pet como um todo e saúde é uma vertical super importante. Tem muitos setores em que não estamos ainda. Eu acho que tem muito espaço para crescer em saúde e vamos investir pesado. A gente costuma olhar pelo ciclo do pet, e temos várias coisas no radar. Algumas vamos entrar de forma orgânica, algumas a gente vai entrar com algum parceiro. Eu não posso falar sobre serviços específicos que a gente olha e quer trazer ainda, mas estamos olhando qual a dor que não está sendo atendida e como que a gente está lidando com isso.

Monitoram algum segmento específico para aquisição?

São assuntos estratégicos, então não posso abrir muito. A gente vê espaço para mais algumas aquisições. No curto prazo, a gente está muito focado na integração das aquisições que a gente já fez. Tem bastante trabalho para fazer. Mas a gente vê espaço sim para aquisições, não só de startups, mas de empresas de diferentes portes, em diferentes segmentos, nessa missão de oferecer o que o pet precisa.

Vocês planejam alguma aquisição para 2021?

Para este ano é um pouco difícil. Neste ano, a gente está focado em integração, mas mantemos portas abertas. Para 2022 e 2023, a gente deve ver mais algumas aquisições complementares.

Alcançar o status de unicórnio está nos planos de crescimento?

Com certeza. A gente vê que isso deverá acontecer ao longo dos próximos anos. Acho que, se a gente conseguir sustentar as nossas taxas de crescimento, isso será um resultado do trabalho. A gente não fica aqui perseguindo, mas vê esse status como positivo. É um possível resultado do nosso trabalho.

O mercado pet é hoje um dos que mais cresce no Brasil em valor e em serviços. Como vocês encaram a concorrência de outras grandes companhias, como a Petz, por exemplo?

Vejo de forma positiva, porque vai beneficiar os pets e os tutores. A competição é muito saudável e faz a gente enxergar as coisas de formas diferentes. O mercado pet ainda é superfragmentado, a gente acha que tem espaço para muita gente. Temos um diferencial para entregar para os tutores, a gente vê uma aderência da nossa proposta. Monitoramos muito os concorrentes e as tendências fora do País. Mas, claro, não é porque uma empresa está fazendo que a gente vai fazer a mesma coisa. A gente busca entender como isso afeta a relação do pet e do tutor.

Quais os planos para 2022?

O plano é focar em completar a integração das aquisições que fizemos (no primeiro semestre, a startup se fundiu com a DogHero, de hospedagens de animais de estimação), acelerar a expansão da nossa logística. Também continuar desenvolvendo o nosso time de tecnologia. A gente vai lançar a venda do nosso plano de saúde online. Então é um ano em que a gente espera ter muitas inovações da parte de tecnologia e de uma melhora expressiva do nosso nível de serviços na plataforma.

*É estagiária sob supervisão do editor Bruno Romani

Estadão
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