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Startup RX Pro, que conecta indústria farmacêutica e médicos, cresceu 140% em 2020

Empresa cresceu durante a pandemia mesmo sem ter recebido aportes de fundos de investimentos

25 fev 2021 - 13h01
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A startup RX Pro, que conecta a indústria farmacêutica a médicos, é um caso atípico no mundo dos negócios: cresceu muito em 2020, 140%, sem receber um único aporte de fundos de investimentos — segundo a empresa, todas as propostas foram recusadas. O caminho com os próprios pés vem sendo impulsionado pela mudança no comportamento da comunidade médica durante a digitalização acelerada pela pandemia de covid-19.

A RX Pro é uma plataforma que permite que médicos recebam dos laboratórios farmacêuticos amostras personalizadas de medicamentos para que sejam avaliados . Geralmente, o trabalho de apresentação de medicamentos é feito por equipes de vendas contratadas pela indústria, que circulam de porta em porta para apresentar o produto.

Por meio da plataforma, o processo consiste em enviar a consultórios médicos uma caixa rastreável que traz a amostra grátis do medicamento e códigos QR para acessar a conteúdos mais detalhados do que foi enviado. Para que participem do serviço, médicos e laboratórios precisam estar cadastrados. Então, o profissional de saúde escolhe quando e quais medicamentos quer receber. Com as barreiras às visitas físicas impostas pela pandemia, o modelo decolou.

"Crescemos no ano passado e não perdemos dinheiro, então por enquanto posso caminhar sozinho", conta Martin Nelzow, fundador e presidente da RX Pro. "Se eu estivesse queimando caixa e se não conhecesse o mercado, não teria dúvidas de que precisaria de investimentos," diz ele, que fundou a companhia em 2017 após uma carreira de 30 anos na indústria farmacêutica.

Martin Nelzow é o fundador da RX Pro, startup que une médicos e laboratórios farmacêuticos
Martin Nelzow é o fundador da RX Pro, startup que une médicos e laboratórios farmacêuticos
Foto: Divulgação/RX Pro / Estadão

Por poupar mão de obra com vendedores, utilizar menos embalagens e ter custos reduzidos de logística, a RX Pro afirma que o preço do serviço de venda dos produtos chega a ¼ do valor do modelo tradicional. A redução nos gastos, no entanto, não se reflete em remédios mais baixos para o consumidor — isso depende inteiramente do laboratório farmacêutico, que pode alocar a economia de outra forma.

Nelzow acredita que, com essa redução nos custos, é possível ampliar as estratégias de vendas e chegar a mais médicos distantes das grandes cidades ou a recém-formados que estão começando a carreira clínica. É com esse foco que a startup trabalha para os próximos anos, além de ampliar as especialidades médicas atendidas pela plataforma.

Somente em 2020, a RX Pro teve 40 mil médicos atendidos na plataforma em 1.548 cidades nas cinco regiões do País, alta de 178% em relação a 2019. No total, foram enviadas 1,6 milhão de amostras, quase o dobro do ano anterior.

A expectativa para 2021 é aumentar em 50% o número de médicos atendidos, dobrar a quantidade de entrega de amostras e desenvolver novas funcionalidades na plataforma para aumentar o engajamento dos usuários. Para 2022, a startup pensa em expandir para outras regiões, como México, Argentina, Espanha, Portugal e Itália.

Estadão
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