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Startup de maquininhas Cloudwalk vira novo unicórnio brasileiro após aporte de US$ 150 mi

Companhia quer competir com PagSeguro, Stone e Cielo com menores prazos para lojistas e aposta em blockchain para modernização do sistema de pagamentos

17 nov 2021 - 21h01
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A startup de maquininhas Cloudwalk anuncia nesta quarta-feira, 17, que é o mais novo unicórnio brasileiro após receber aporte de US$ 150 milhões. Com isso, a companhia, que quer competir com gigantes do setor como PagSeguro, Stone e Cielo ao utilizar blockchain nas operações, atinge a avaliação de mercado de US$ 2,15 bilhões. Agora, a meta é começar a expansão para os Estados Unidos e a Europa nos próximos dois anos, além de continuar o crescimento no País.

A rodada de investimento, do tipo série C, foi liderada pelo fundo Coatue, com a participação do DST Global, A-Star, The Hive Brazil, Plug and Play Ventures, Valor Capital Group, além dos investidores-anjos Gokul Rajaram e dos jogadores de futebol americano Larry Fitzgerald e Kelvin Beachum.

O cheque de US$ 150 milhões anunciado nesta quarta não foi o único investimento recebido pela startup em 2021: em maio passado, foram aportados US$ 190 milhões na CloudWalk, em rodada do tipo série B (etapa anterior à C, geralmente destinada para dar escala ao modelo de negócio).

Luis Silva é o fundador e presidente executivo da CloudWalk, startup de maquininhas de pagamentos
Luis Silva é o fundador e presidente executivo da CloudWalk, startup de maquininhas de pagamentos
Foto: Divulgação/CloudWalk / Estadão

Segundo o fundador da empresa, Luis Silva, o motivo para tanto dinheiro em tão pouco tempo é simples: acelerar a expansão da startup, que diz ter crescido 5.000% nos últimos dois anos. "Para crescermos rápido, precisamos de capital. Precisamos contratar os melhores talentos de tecnologia no mundo, adiantar o lançamento de produtos e acelerar o crescimento dos serviços que já temos", explica Silva, que também é presidente executivo, ao Estadão. A companhia possui atualmente 300 funcionários em cinco países do mundo, todos em trabalho remoto.

Criada em 2013, a CloudWalk é dona da maquininha InfinitePay, que tenta oferecer taxas de antecipação de recebíveis mais competitivas — o termo se refere ao tempo do pagamento realizado pelo cliente até o recebimento do valor pelo lojista, algo que podia chegar a 30 dias há alguns anos. Hoje, diz a startup, o produto é utilizado por 150 mil pequenas e médias empresas, espalhadas por 4,3 mil cidades no País.

Moeda digital

Com a InfinitePay, a CloudWalk compete em um segmento extremamente acirrado, com nomes gigantes do setor, como os também unicórnios PagSeguro e Stone, além de Cielo, Rede e GetNet, nomes dos bancos tradicionais. Nos últimos anos, a disputa foi tamanha, que o setor recebeu o nome de "guerra das maquininhas", com as empresas oferecendo taxas cada vez mais baixas para fisgar novos lojistas.

O diferencial da CloudWalk, porém, está sobretudo na tecnologia: a startup usa inteligência artificial, serviço em nuvem e, a maior aposta para os próximos anos, a tecnologia blockchain para reduzir custos e trazer agilidade às operações. Atualmente, a empresa oferece cashback por meio de uma criptomoeda (a Brazilian Digital Real), que usa a estrutura do blockchain. "No longo prazo, a gente juntará métodos de pagamentos tradicionais com blockchain", explica Silva.

InfinitePay, maquininha da startup brasileira CloudWalk, tem interface baseada no Android, sistema operacional para celulares do Google
InfinitePay, maquininha da startup brasileira CloudWalk, tem interface baseada no Android, sistema operacional para celulares do Google
Foto: Divulgação/CloudWalk / Estadão

Para Diego Perez, presidente da Associação Brasileira de Fintechs (ABFintechs), ainda existe muito espaço de mercado a ser desbravado pela CloudWalk no Brasil. "Com o blockchain, ainda existe muito a ser explorado e desenvolvido. Essa tecnologia pode facilitar e melhorar a experiência do usuário", observa.

Bruno Diniz, sócio da consultoria Spiralem, concorda que o blockchain pode ser um diferencial, principalmente ao popularizar a tecnologia no mercado brasileiro. "Com esse movimento de cashback em criptomoeda, eles tentam aproximar o mercado tradicional de pagamentos com o mercado cripto", diz. "Isso pode ser puxado pela CloudWalk."

Estadão
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