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Rappi levanta mais de US$ 300 mi em investimento

Segundo a startup, a rodada inclui fundos e contas assessorados pela empresa americana de investimentos T. Rowe Price Associates

25 set 2020 - 15h01
(atualizado às 22h17)
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A startup colombiana de delivery Rappi confirmou ao Estadão nesta sexta-feira, 25, que recebeu uma nova rodada de aportes avaliada em mais de US$ 300 milhões. Em comunicado enviado à reportagem, a empresa afirma que a rodada foi liderada pela empresa americana de investimentos T. Rowe Price.

Segundo apurou a reportagem com fontes do mercado, a rodada avalia a Rappi em torno de US$ 3,5 bilhões - em 2018, ao receber um aporte de US$ 1 bilhão liderado pelo SoftBank, a colombiana estava avaliada em torno de US$ 2,5 bilhões.

A notícia de um novo aporte da Rappi já circulava no mercado: em 18 de setembro, a empresa enviou um documento à Securities and Exchange Comission, dos EUA (instituição equivalente à Comissão de Valores Mobiliários brasileira) dizendo que pretendia arrecadar US$ 350 milhões em uma nova rodada de investimentos. No documento, a empresa afirma que já tinha conseguido captar parte da quantia pretendida, em torno de US$ 156 milhões, sem citar investidores.

No mercado, chamou a atenção o fato de que o comunicado não cita os planos para os recursos - algo que é praxe quando empresas recebem cheques milionários. A única menção ao tema na nota é a frase "essa rodada de aportes nos permitirá continuar investindo no negócio, nos nossos parceiros e no futuro." Procurada pelo Estadão, a Rappi disse que não concederia entrevistas sobre o aporte.

Segundo fontes do mercado, a cautela em torno da divulgação do investimento pode ter duas razões: o fato de o aporte ser usado para dar fôlego à operação da empresa em um momento de desequilíbrio financeiro ou, então, para a criação de uma nova frente de negócios ou aquisição, ainda não revelada.

No comunicado enviado na tarde de ontem, a Rappi citou ainda o cenário de pandemia, quando viu alta na demanda por seus serviços durante o período de isolamento social. "A covid-19 trouxe desafios sem precedentes. Temos nos concentrado em garantir que nossas operações sejam capazes de atender a esse aumento adicional da demanda", afirmou a empresa.

Segundo uma das fontes ouvidas pela reportagem, a menção à pandemia no texto pode explicar o destino do aporte - a reorganização financeira da empresa após crescimento agressivo durante a quarentena. Outra fonte afirmou que a Rappi é conhecida no mercado por ser uma das empresas que mais "queima dinheiro" - jargão do setor para ações de crescimento que envolvem promoções ou descontos para os usuários - e que a captação foi complicada, com investidores questionando a posição da empresa com rivais como Uber e iFood, no mercado brasileiro.

Antes da pandemia, porém, a empresa passava por um período turbulento: em janeiro, demitiu 6% dos funcionários - os cortes aconteceram num contexto de reestruturação global do grupo japonês SoftBank, após crises com outras investidas, como Uber, Oyo e WeWork.

Estadão
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