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Quinto Andar levanta US$ 250 mi e vira novo unicórnio

Em rodada liderada pelo SoftBank e pelo fundo Dragoneer, startup de aluguel residencial atinge marca histórica

10 set 2019 - 00h13
(atualizado às 09h11)
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O mercado brasileiro de startups tem mais um unicórnio - empresa de tecnologia avaliada em pelo menos US$ 1 bilhão. É o QuintoAndar, startup especializada em aluguel de residências: nesta terça-feira, 10, a empresa anuncia que recebeu uma nova rodada de investimentos avaliada em US$ 250 milhões. Os aportes são liderados pelo fundo Dragoneer, com aportes em nomes como Uber e Nubank, e pelo SoftBank, grupo japonês que investiu neste ano em startups como Creditas, Rappi, Loggi e Gympass.

Conhecido por intermediar a locação de apartamentos, dispensando fiador ou caução, o QuintoAndar confirmou ainda que atingiu o status de unicórnio, embora não cite valores de avaliação de mercado. Em março deste ano, a empresa foi apontada como um potencial unicórnio pela consultoria de inovação Distrito. O investimento acontece dez meses depois que a empresa recebeu R$ 250 milhões do fundo americano General Atlantic, que também participou desta rodada.

"Não precisávamos do capital neste momento, mas sentimos que era uma boa oportunidade para acelerar o crescimento da empresa", diz ao Estado Gabriel Braga, presidente executivo do QuintoAndar, fundada por ele e André Penha em 2013. "Os novos investidores são parceiros estratégicos e especializados em ajudar empresas a crescerem."

Na visão de David Kallás, coordenador do Centro de Estudos em Negócios do Insper, acelerar a expansão é uma necessidade clara de negócios de plataforma, como o do QuintoAndar, que conectam duas pontas de um mercado. "Como a startup fatura com comissão, o negócio precisa ser gigante para que seja lucrativo", diz o especialista. "E se há espaço para crescer, o melhor a fazer é acelerar isso."

Startup quer iniciar expansão global no ano que vem

Segundo Braga, os recursos serão utilizados em três frentes: ampliar a equipe de tecnologia, consolidar a expansão da empresa no País e traçar os planos para colocar os pés para fora do Brasil. "Ainda estamos fazendo a lição de casa, mas a meta é iniciar operações internacionais em 2020", afirma o executivo.

Hoje, o QuintoAndar está presente em 25 cidades brasileiras, com foco especial nas regiões Sul, Sudeste e Centro Oeste. Seu principal mercado ainda é o Estado de São Paulo, mas isso tem mudado - de acordo com a empresa, 30% dos 4,5 mil novos contratos assinados por mês já estão fora do Estado. "Vamos intensificar a participação nos mercados que já estamos e depois expandir para o resto do País, incluindo Norte e Nordeste", prevê Braga.

Para Luís Gustavo Lima, sócio da empresa de inovação Ace, escolher entre a consolidação ou a expansão territoria

l é uma tarefa difícil para a startup. "O que ajuda é que o modelo já está bem provado e agora é preciso seguir a receita de bolo que eles mesmos criaram", afirma. Na visão do especialista, o QuintoAndar está bem posicionado para fazer a expansão internacional. "O mercado latinoamericano sofre de problemas parecidos quanto ao aluguel", diz.

Nos últimos meses, a empresa tem crescido bastante: segundo números internos, o volume de contratos assinados entre janeiro e agosto de 2019 cresceu cinco vezes na comparação com o mesmo período do ano passado. Além disso, saltou de 300 funcionários, no início de 2018, para mais de 1 mil pessoas agora. Para cada imóvel alugado, a empresa fica com o primeiro aluguel (taxa de corretagem padrão praticada no mercado) e com uma comissão que varia entre 6,9% e 8% do valor pago pelo inquilino.

Outra frente que o QuintoAndar pretende atacar com os recursos da expansão são as parcerias com imobiliárias. Nesse modelo, as empresas tradicionais ficam responsáveis por atender os proprietários e captar imóveis, enquanto à startup cabe a tarefa de realizar a locação com os inquilinos - as duas partes dividem a comissão, dependendo das condições em que o contrato for assinado. "Hoje já temos 15 parcerias nesse sentido e temos tido uma ótima resposta. Vamos ampliar isso", diz Braga, sem citar números específicos.

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