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PlayKids busca novo mercado com games para celular

Startup do grupo Movile, dona do iFood, diversifica aposta no público infantil para fazer frente à guerra dos serviços de streaming

1 fev 2020 - 05h11
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Nos últimos anos, uma disputa surgiu no mercado de tecnologia: a dos serviços de streaming. A estreia de plataformas como Disney+, Apple TV+ e HBO Max, bem como a reação de Netflix e Amazon, deixaram a disputa ainda mais acirrada. De olho nesse movimento, a startup brasileira de conteúdo para crianças PlayKids está diversificando seus negócios: conhecida por seu app que contém desenhos infantis e atividades lúdicas, a empresa também aposta em jogos para celular.

Ao longo de 2019, a empresa alcançou a marca de 9 milhões de usuários ativos por mês para os dois aplicativos de jogos que lançou durante o ano. "Todas as empresas querem ter seu app de assinatura hoje, então buscamos alternativas", diz Breno Masi, diretor de produto da PlayKids, que pertence ao grupo Movile, dono de iFood.

O principal deles, o PlayKids XD, trata-se de uma espécie de rede social virtual, em que as crianças podem interagir com um avatar digital - como uma versão infantil e renovada do antigo Second Life. Ali, todas as interações são curadas pela equipe do aplicativo. "A criança pode começar a se expressar, mas depois recebe sugestões para completar a frase com ajuda de inteligência artificial", explica Masi.

Todas as frases são traduzidas simultaneamente em 6 línguas permitindo que usuários de diferentes países conversem entre si. Dentro do app, cada criança pode ter sua própria casa, recebendo visitas. Também é possível realizar atividades e até mesmo imitar profissões, como entregar pizzas. "Entregamos mais pizzas por dia dentro do XD que o iFood", brinca o executivo. Todas as transações (como a compra de roupas e itens para casa dentro do app) podem ser revisadas pelos pais.

O serviço nasceu como um projeto paralelo da equipe de inovação do PlayKids, que tem 14 pessoas. Já o time que toca o app principal da empresa tem um time de 70 pessoas. "Estamos com 20 vagas abertas. Queremos ter cerca de 100 pessoas até o fim de 2020", afirma Masi.

Além do PlayKids XD, o time de inovação cuida ainda do CraftLands, uma espécie de "Minecraft educativo". Do game da Mojang, a PlayKids toma emprestada a dinâmica dos voxels (os blocos tridimensionais pixelizados). Ao contrário do hit criado na Suécia, porém, CraftLands não tem modo de sobrevivência, nem coleta de materiais, para permitir que crianças pequenas, a partir de 4 anos, já consigam interagir em seu ambiente virtual. O aplicativo levou cerca de 40 dias para alcançar a marca de 1 milhão de usuários ativos.

A startup chegou ainda a lançar um terceiro game, que não decolou. É o livro de colorir digital CraftColors - cujas estatísticas não estão incluídas nos dados acima.

Acompanhamento

Segundo Masi, os games são um dos pilares da PlayKids para seguir em frente nos próximos anos. Outro ponto importante é tornar o app principal da empresa um ambiente mais educacional do que baseado em vídeos sob demanda. "Todo o catálogo de vídeo terá uma atividade de apoio. Se a criança vê um desenho sobre um tema, terá um jogo ou leitura relacionada", diz.

Haverá ainda instruções sobre como os pais podem engajar os filhos no assunto. "Queremos ser um ambiente de desenvolvimento infantil. A ideia é que os pais fiquem perto dos filhos, não que a criança fique largada no celular." É algo que a empresa já colocou em prática em sua área offline nos últimos anos, depois de ter adquirido o serviço de assinaturas de livros Leiturinha e lançar livros com realidade aumentada no PlayKids Explorer.

Estadão
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