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Patinetes elétricas: cultura e educação em jogo

'A microbilidade para mover pessoas a curtas e médias distâncias tem vários efeitos positivos', diz CEO da Grow em evento no Rio

24 abr 2019 - 17h33
(atualizado em 25/4/2019 às 12h34)
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A febre de patinetes espalhadas por São Paulo, Rio e outras 12 cidades do país, desde outubro do ano passado, abrange uma estratégia de marketing ousada e alguns imprevistos que servem como base para novos investimentos. Um exemplo clássico ocorreu duas semanas atrás, quando um temporal mudou a rotina dos moradores do Rio e provocou várias mortes. Na oportunidade, a zona sul da cidade foi bastante atingida. Exatamente em ruas onde havia centenas de patinetes colocadas sobre as calçadas e à disposição do público.

Com as enchentes e alagamentos, 500 patinetes sumiram de Ipanema, Copacabana e outros bairros em poucas horas. Muitas acabaram arrastadas pela força das águas. Mais incrível ainda é que 450 foram recuperadas.

Marcelo Loureiro, CEO da Grow, empresa de microbilidade urbana.
Marcelo Loureiro, CEO da Grow, empresa de microbilidade urbana.
Foto: Silvio Barsetti / Especial para o Terra

Quem contou isso foi Marcelo Loureiro, CEO da Grow, terceira maior empresa de microbilidade urbana do mundo. Em palestra sobre 'Tecnologias que estão revolucionando a mobilidade urbana', no segundo dia da Rio2C (Rio Creative Conference), na Cidade das Artes, na capital carioca, ele defendeu o uso sistemático de bicicletas e patinetes como recursos mais adequados à realidade.

"A microbilidade para mover pessoas a curtas e médias distâncias tem vários efeitos positivos. Seu usuário ganha tempo, não polui a cidade e pode desfrutar de uma rede de parceiros que viriam no rastro de uma malha especifica. Cafés poderiam servir como estações, com o fluxo de clientes participando do sistema de mobilidade do bairro. Haveria também impacto social, com inclusão no mercado de trabalho de moradores de comunidades carentes, vizinhas às vias ocupadas por esses meios de transporte", disse Loureiro.

Sua empresa trabalha bastante com locais e procura apoio em comunidades. No Rio, a Grow contratou pessoal das favelas do Vidigal, Cantagalo, Rocinha e Maré para fazer parte do projeto. Eles cuidam e recarregam as patinetes, e, além disso, tratam de recuperá-las quando são furtadas e acabam levadas para lugares mais pobres.

"É uma questão de cultura, de educação.  Não muda tão rapidamente. No caso das patinetes, programadas para velocidade máxima de 22km/h e que suportam um condutor de até 120 quilos, não adianta alguém levá-la para casa. Não vai ter utilidade. Ela precisa de um código para abrir uma programação e funcionar."

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Fonte: Silvio Alves Barsetti
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