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Nubank revela cartão ultravioleta com Apple Pay; veja novidades

Produto será de metal, trará somente o nome do usuário e terá cashback instantâneo de 1%; Apple Pay poderá ser usado por todos os 40 milhões de clientes do Nubank no Brasil

6 jul 2021 - 10h24
(atualizado às 17h17)
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O Nubank revelou nesta terça-feira, 6, novidades sobre o novo cartão de crédito ultravioleta da fintech, que terá compatibilidade com Apple Pay, recurso de pagamento sem toque do iPhone. A ideia do produto é ser um cartão premium para os millennials.

O cartão não terá numeração visível (apenas o aplicativo apresenta essa informação), virá com bandeira Mastercard Black e terá cashback instantâneo de 1% em todas as compras, de acordo com a empresa. Além disso, o objeto será feito de metal e, sob luz ultravioleta, trará uma mensagem secreta para cada usuário — serão sete frases ao todo disponíveis. O cartão também terá cashback imediato com crescimento automático de 200% do CDI — esse porcentual, no entanto, pode ser alterado, conforme diz a empresa.

O cartão será gratuito a partir de uma média de gastos de R$ 5 mil por mês com a função crédito ou então a partir de R$ 150 mil investidos no Nubank. Se o usuário não se encaixar nesses casos, será cobrada uma mensalidade de R$ 49, descontada automaticamente na fatura do cartão.

Segundo a fintech, os cartões começam a ser distribuídos nesta semana para usuários selecionados. Por ser de metal, o produto será feito fora do Brasil, o que deve limitar a produção neste ano.

O evento contou com a presença de Anitta, que comemorou o fato de o cartão levar o nome artístico da cantora carioca. Em bate-papo com uma das fundadoras da fintech, Cristina Junqueira, a artista falou da própria carreira, empreendedorismo, entrada no mercado internacional e possíveis relações com a história do Nubank.

"A inspiração para o produto veio de uma nova geração. Os produtos premium tinham sido desenhados para nossos pais, com referência a status e luxo, coisas que não fazem sentido. Começamos a ter essa discussão sobre o que é 'chegar lá' e o que é ter sucesso, e veio a ideia das frases secretas no cartão, que podem ser vistas com luz ultravioleta", disse Cristina, durante o evento desta terça. "Essas mensagens secretas são uma patente nossa, é algo que nós criamos. Não existe em lugar algum do mundo."

Público premium

Para Guilherme Fowler, professor de inovação do Insper, as novidades focadas em um público mais premium podem ser uma reação estratégica à popularização de concorrentes do setor financeiro, como a XP e o BTG, que apostam em segmentos para classes mais altas e com foco no jovem adulto. "É um movimento reativo e também para construir a imagem de ser um banco completo, atendendo a vários segmentos de renda, e não só à classe média e aos desbancarizados", afirma.

Além disso, o professor vê a jogada como uma pressão nos bancos tradicionais, que têm posicionamento forte na categoria premium porque oferecem comodidades sob medida para esse tipo de cliente. "Como um bancão vai manter o seu posicionamento para esse público exclusivo? Esse movimento da fintech tem um efeito de forçar os grandes nomes do setor financeiro a reverem esse conceito de exclusividade."

O presidente da Associação Brasileira de Fintechs (ABFintechs), Diego Perez, explica que o Nubank pretende usar o mesmo "encantamento" de experiência do usuário, marca da empresa para conquistar tantos clientes em tão pouco tempo, mas desta vez com as camadas mais altas.

"Para o Nubank, essa é uma estratégia de retenção do cliente porque a fintech não quer que o usuário saia para ter o cartão premium em outra instituição financeira", afirma. "Pode haver espaço para concorrer com os grandes bancos pelo mesmo cliente."

Integração com Apple Pay

A integração com o Apple Pay era bastante esperada pelos usuários da fintech: todos os grandes bancos no Brasil oferecem hoje o recurso, bem como algumas startups concorrentes.

Questionada sobre essa demora na implementação, a fundadora do Nubank afirma que foi uma questão de prioridade, e não problema técnico. "Focamos em outras coisas, como entrar no México e na Colômbia, e isso acabou competindo com o Apple Pay. Para o público do ultravioleta, temos uma penetração de iOS (sistema operacional do iPhone) mais alta e acaba sendo mais representativo. Então, fez sentido priorizar", disse.

Segundo a empresa, o Apple Pay não será exclusivo do cartão ultravioleta: o recurso poderá ser usado por todos os 40 milhões de clientes do Nubank no Brasil.

Desde fevereiro deste ano, a fintech possui integração com a carteira digital do Google, principal concorrente da solução da Apple.

O Nubank tem investido em novos produtos nos últimos meses. Além de contas de depósito e cartões de crédito, a fintech oferece hoje seguro de vida, empréstimo pessoal, produtos de investimento, pagamentos via smartphones e produtos para pequenos e médios empreendedores. No ano passado, a empresa adquiriu a Easynvest, uma plataforma digital de investimentos com US$ 5 bilhões em ativos e 1,6 milhão de clientes.

Entrada na Bolsa

Apesar dos rumores sobre eventual entrada do Nubank na Bolsa, Junqueira nega que isso seja uma prioridade para a startup brasileira. "É um processo natural da vida de uma empresa, mas não é a nossa linha de chegada e não corremos desesperados para fazer o IPO (oferta pública de ações, em inglês)", afirma.

Ao que tudo indica, no entanto, a fintech começa a sondar bancos para eventual entrada no mercado público de ações, processo que demora ao menos um ano, segundo analistas.

Estadão
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