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Na onda da 'fintechzação', startup Hash recebe aporte de US$ 15 mi

Com os novos recursos, a empresa mira o lançamento de novos produtos, como a emissão de cartões

20 abr 2021 - 18h06
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A fintech Hash anuncia nesta terça-feira, 20, que levantou um aporte de US$ 15 milhões liderado pelo fundo americano QED Investors — Kaszek e Canary também participaram da rodada. Fundada em 2017 em São Paulo, a startup oferece uma infraestrutura de pagamentos que permite que empresas fornecedoras sejam também fintechs para seus clientes do comércio.

O novo cheque será usado para a Hash ganhar escala e lançar novos produtos. Com sua plataforma, que é personalizada para cada empresa atendida, a startup oferece produtos como carteiras digitais para clientes, gestão e antecipação de recebíveis e maquininha de pagamentos. Um dos clientes da Hash é a Leo Madeiras, uma distribuidora de materiais para marcenaria — fintech ajuda na relação financeira entre a Leo Madeiras e os marceneiros.

"Empresas B2B conhecem de perto a vida e a realidade dos clientes finais e sabem que pequenas empresas e empreendedores (como o marceneiro, no caso da Leo Madeiras) não têm acesso a boas condições financeiras — não é fácil para eles conseguir uma maquininha com uma taxa agressiva, por exemplo", explica João Miranda, fundador e presidente executivo da Hash, em entrevista ao Estadão. "Além disso, essas empresas começaram a ver que a receita de players de pagamentos era grande e que o controle do dinheiro poderia ser integrado às vendas que já acontecem". Antes da Hash, Miranda trabalhou na startup de pagamentos online Pagar.me, vendida em 2016 para a Stone.

O produto da Hash começou a ganhar mercado de fato no ano passado — a startup processou R$ 300 milhões em volume total de pagamentos em 2020, principalmente com o serviço para a Leo Madeiras. Agora, a Hash fechou trabalho com cinco clientes e tem quatro projetos pilotos em andamento. Entre as empresas atendidas, há também a Loja do Mecânico, um e-commerce de peças e equipamentos para mecânicos, e a Zax, um marketplace de roupas que conecta pequenos e médios lojistas com fornecedores do Brás, em São Paulo.

Para sustentar seu negócio, a Hash cobra no processamento. "Como controlamos o fluxo, controlamos todo o processamento do dinheiro, liquidação, recebíveis e conciliação. Cobramos um percentual na transação e também na antecipação de recebíveis", explica Miranda.

Escala

A meta da Hash é processar R$ 1,5 bilhão em 2021. A pandemia trouxe aceleração para a fintech: "Nossos clientes ficaram muito mais interessados em oferecer serviços financeiros como maneira de ajudar essas pequenas e médias empresas e também de fortalecer a própria marca, ficando mais perto dos parceiros", afirma o fundador da startup.

Com os novos recursos, a Hash mira novos serviços financeiros. Um dos planos é a emissão de cartões — a fintech recebeu há um mês a aprovação da Mastercard para oferecer o produto, que será integrado à sua solução.

Para dar base ao crescimento, o objetivo é dobrar o número de funcionários até o final do ano, com foco principalmente na área de tecnologia — hoje, são 100 pessoas.

Até então, a Hash havia levantado US$ 3,5 milhões com o Kaszek e US$ 200 mil com o Canary. E a velocidade de captação deve aumentar. "Há grandes chances de termos uma nova rodada este ano", diz Miranda.

Estadão
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