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Microsoft lança 2ª versão dos óculos de realidade aumentada

Novo aparelho, apresentado pelo brasileiro que ajudou a criar o Kinect, tem maior campo de visão e mais conforto

24 fev 2019 - 15h28
(atualizado em 25/2/2019 às 17h28)
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A Microsoft anunciou neste domingo, 24, a segunda versão de seus óculos de realidade aumentada Hololens. Lançado inicialmente em 2016, o dispositivo tem sido utilizado em fábricas, lojas e áreas de manutenção por empresas para comunicação e auxílio à distância, graças a tecnologias como hologramas, câmeras e conectividade à internet. Em sua segunda versão, o dispositivo já está em pré-venda aberta e vai custar R$ 13 mil (US$ 3,5 mil) -- um preço alto para o consumidor final, mas razoável para o mercado corporativo. Outra opção será assiná-lo, junto a um pacote de serviços, por R$ 466 (US$ 125) por mês, como a Microsoft já tem feito com áreas como Office e Windows.

Em sua segunda versão, anunciada durante a Mobile World Congress (MWC), feira de tecnologia que acontece esta semana em Barcelona (Espanha), o Hololens terá maior campo de visão e conforto -- dois dos maiores problemas da primeira versão. Segundo a Microsoft, a área de visão será duas vezes maior neste novo dispositivo. "É como tocar uma TV de alta definição por uma de altíssima definição (Full HD)", comentou Alex Kipman, engenheiro brasileiro que chefiou o desenvolvimento do produto. Kipman também é conhecido por ter sido um dos pais do Kinect, sensor de gestos que acompanhava os videogames Xbox, da Microsoft.

Funcionário usando os óculos HoloLens da Microsoft
Funcionário usando os óculos HoloLens da Microsoft
Foto: Yoshio Tsunoda/AFLO/Reuters

Já em termos de conforto, a Microsoft buscou redistribuir o peso do aparelho entre a frente e a parte traseira, colocando seu centro de gravidade a 70 milímetros da tela -- antes, era em torno de 15 milímetros, o que fazia a cabeça do usuário "tombar para a frente" após alguns minutos de uso.

Usando tecnologias que já tinham sido implementadas no Kinect, o Hololens permitirá que o usuário não só visualize uma camada de informação à sua frente, mas também consiga interagir com ela. Na demonstração em Barcelona, engenheiros da Microsoft mostraram como o usuário pode aumentar ou diminuir uma imagem, apertar botões 'virtuais', tocar em maquetes e até mesmo, por comando de voz, pedir para uma janela de navegação segui-lo por onde anda.

Também é possível realizar teleconferências com o dispositivo e traçar planos e projetos em uma mesa virtual com pessoas a milhares de quilômetros de distância -- na apresentação, funcionários da Mattel simularam uma conferência projetando a próxima linha de brinquedos da empresa.

Para isso, o Hololens mistura câmeras, sensores de gestos e até mesmo sensores que reconhecem para onde o usuário está olhando -- é o mesmo tipo de funcionalidade usada para o reconhecimento de íris, aspecto de segurança presente no Windows 10.

Adaptação

Com foco bastante corporativo, a apresentação da Microsoft também destacou uma série de parcerias feita pela empresa para reduzir o tempo de adaptação de setores de uma companhia, como canteiros de obra ou linhas de montagem, à realidade aumentada. "Hoje, uma empresa leva de três a seis meses para se adaptar ao Hololens. Queremos reduzir isso a minutos", disse Kipman.

Outra novidade apresentada pela empresa foi o Azure Kinect: trata-se de uma câmera com sensores de gestos e inteligência artificial, que, ao ser conectada à internet, pode monitorar escolas, hospitais e linhas de montagem -- no caso das instituições de saúde, poderá, por exemplo, fiscalizar quedas de idosos e pacientes com dificuldades de mobilidade. O aparelho será vendido por US$ 399 e já está em pré-venda para desenvolvedores no site da Microsoft.

A apresentação foi iniciada por um discurso breve de Satya Nadella, presidente executivo da Microsoft. O indiano, que esteve no Brasil há algumas semanas, repetiu sua fala sobre a importância da privacidade e da cibersegurança. Ele também falou sobre a importância de criar um ecossistema aberto para o desenvolvimento de tecnologias, como a de realidade aumentada. "As tecnologias que vão definir a nossa era não podem ser província de apenas uma empresa", disse Nadella.

Por conta disso, a Microsoft também anunciou que estará comprometida com uma série de princípios para ter uma plataforma aberta. Ela vai permitir que desenvolvedores criem suas próprias lojas de aplicativos, navegadores e plataformas dentro do sistema do Hololens, não fazendo com que eles fiquem sujeitos a apenas uma loja de aplicativos da Microsoft -- um problema que hoje existe nos smartphones, com os desenvolvedores sujeitos às vontades de Apple e Google.

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