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Mexicana Incode, de identificação digital, recebe US$ 220 mi e é novo unicórnio da América Latina

Startup utiliza inteligência artificial para fornecer um software de identificação para empresas em mais de 50 países

7 dez 2021 - 22h02
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A Incode, startup mexicana de identidade digital, anuncia nesta terça-feira, 7, um aporte de US$ 220 milhões e é mais uma a alcançar o status de "unicórnio" (startups avaliadas em mais de US$ 1 bi) na América Latina. Liderado pelo SoftBank e General Atlantic, o investimento é do tipo Série B e vai acelerar a operação da empresa baseada em inteligência artificial (IA).

Com escritórios nos EUA, México e no Reino Unido, a Incode quer aproveitar o investimento para consolidar a sua presença no mercado de identificação digital. No Brasil desde maio deste ano, a intenção da empresa é pegar carona no novo título e continuar expandindo.

"Parte dos recursos que levantamos é para continuar crescendo geograficamente. Já estamos em cerca de 50 países. Nós acreditamos que esse é um movimento global e é um mercado muito forte. Nós já temos lucro no negócio, então o aporte e o status de unicórnio nos dá muita credibilidade no setor", afirma Ricardo Amper, em entrevista ao Estadão.

Apesar da recém conquistada posição de unicórnio, a Incode não é nova no mercado. A startup surgiu em 2015, fundada pelo mexicano Ricardo Ampar, que criou um negócio com ambição de extinguir a documentação pessoal física para torná-la 100% digital.

Até 2020, quando a empresa cresceu exponencialmente durante a pandemia de covid-19, a startup tinha levantado apenas rodadas de investimento-anjo e de seus próprios fundadores, no valor de aproximadamente US$ 10 milhões. O ponto de virada foi em março deste ano, com um aporte Série A no valor de US$ 25 milhões.

"Os investidores, de várias partes do mundo, validam que estamos no caminho certo. O mercado é bastante grande e está crescendo. Nós acreditamos que em dois anos esse mercado vai estar valendo cerca de US$ 60 bilhões no mundo todo. É importante ter essa validação", ressalta Amper.

A tecnologia oferecida pela Incode é a identificação totalmente automática de identidade, baseada em biometria. Segundo Amper, a empresa não possui trabalho humano em nenhum processo de verificação, deixando tudo por conta da IA — coleta de imagem, processamento, reconhecimento e liberação do serviço. Para isso, a empresa oferece um software para companhias que podem pagar por transação ou por uma assinatura anual.

"Temos utilizado algum documento físico para provar quem nós somos provavelmente há milhares de anos. Eu acho que a maior mudança é que, englobando tecnologia e privacidade, você seja sua própria prova de identidade. Por usar apenas IA, a gente acredita que o nível de confiança no produto é maior", explica o fundador.

Geralmente utilizada em aplicativos, o software funciona com reconhecimento facial — aquele utilizado para desbloquear o celular. O usuário precisa informar alguns dados no cadastro, como carteira de habilitação ou RG e uma selfie, e o software registra as informações na nuvem da empresa ou do próprio usuário. "A chave é que não tem nenhum ser humano envolvido no processo, é apenas tecnologia que vai verificar se você é quem você diz ser", afirma Amper. "Isso é bastante novo. A maioria das companhias que também faz esse trabalho usam pessoas para compor alguma parte do processo, para identificar se é uma identidade falsa, ou se existe alguma fraude".

Às portas do ano novo, o plano da Incode para 2022 é focar nos seus serviços para garantir uma fatia ainda maior do setor no mercado. Para Amper, a ambição de se tornar referência no ramo de identificação digital passa, não só pelo sucesso, mas pela mudança de como as pessoas se apresentam.

"Acho que, primeiramente, a identificação física precisa desaparecer. As formas digitais de identificação precisam ser mais familiares para as pessoas. Nós queremos investir no nosso produto para que ele dê essa experiência. Também queremos expandir geograficamente rápido. Eu acho que vão existir uma ou duas grandes empresas no setor. Nós acreditamos que esse vai ser um mercado dominado por startups e não por Big Techs, e nós queremos nos tornar uma dessas grandes", explica Amper.

Estadão
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