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Loft mudou de rumo durante a pandemia

Empresa abandonou planos de entrar em outros mercados e apostou fichas nas cidades de São Paulo e Rio de Janeiro; empresa vê cenário favorável para 2021

22 dez 2020 - 05h10
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Logo no terceiro dia de 2020, a Loft se tornou um "unicórnio", apelidado dado às startups que valem mais de US$ 1 bilhão. Capitalizada, a startup de compra e venda de imóveis tinha planos de expansão, tanto na oferta de produtos quanto na abertura de novos mercados. Então, veio a pandemia. E o que parecia um ano de vitórias ficou cercado de dúvidas. No fim, porém, a empresa fundada por Florian Hagenbuch e Mate Pencz atingiu algumas marcas expressivas, entre elas ter multiplicado por oito os valores mensais movimentados com venda de imóveis.

A Loft planejava, antes da pandemia, expandir operações para mercados como a Cidade do México. "Foi um ano de altos e baixos e precisamos mudar prioridades, conta Pencz ao Estadão. "Percebemos que esse mercado exige mais densidade do que territorialidade", diz, lembrando que a empresa atuava em apenas 12 bairros de São Paulo no início de 2020. Por isso, acabou optando por crescer onde já estava.

A presença em São Paulo pulou para 110 bairros ao longo do ano. No Rio de Janeiro, onde a empresa já estudava atuar desde o fim de 2019, a Loft fincou bandeira em 14 bairros.

A companhia também foi às compras - três das quatro negociações do tipo na história da Loft ocorreram em 2020. A principal delas foi a da Invest Mais, que aproxima clientes de opções de financiamento imobiliário. O time na novata se integrou à divisão de crédito, que havia sido criada meses antes. Com esses esforços, a Loft fez a intermediação de 900 contratos de financiamento em 2020.

Outras frentes, como a de locação de imóveis, perderam força. A compra da Uotel, startup de aluguel de apartamentos, em julho, não acelerou o segmento - que, nas palavras de Pencz, seguiu incipiente dentro da companhia.

Mercado

O momento do mercado imobiliário, que se mostrou resiliente na crise, justifica a preferência pelo segmento de compra e venda. "A pandemia teve impacto brutal nas vendas no segundo trimestre, no auge da crise. Mas as coisas melhoraram, e os números do terceiro trimestre já são superiores aos do mesmo período do ano passado", diz o executivo.

Segundo ele, a queda nos juros tornou o cenário favorável. "Os financiamentos de 25 ou 30 anos ficaram entre 20% e 30% mais baratos do que em 2019", diz. Para ele, o mercado vive um momento saudável, no qual há equilíbrio entre oferta e demanda de imóveis - Pencz vê os preços subindo lentamente, apesar da procura aquecida.

O cofundador da Loft acredita que a situação de 2021 seguirá semelhante. Por isso, a empresa apostará na expansão do portfólio e das ofertas de crédito. A startup acredita ser possível quadruplicar as vendas e triplicar o portfólio em São Paulo.

Também prevê melhorar seus serviços, que ficarão mais ágeis. Uma das frentes de atuação prevê a possibilidade de visitar um imóvel duas horas após a visualização do anúncio.

A pandemia, no entanto, acabou acelerando mudanças importantes para a companhia. "A digitalização na pandemia beneficiou também o mercado imobiliário. Uma assinatura digital (hoje já disponível) de matrícula de imóvel era algo que eu imaginava que ocorresse em 10 ou 20 anos", diz o executivo.

Estadão
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