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iFood começa a fazer entregas de supermercado

Empresa iniciou testes na semana em Campinas e Osasco, com rede de supermercados parceiros; previsão é chegar a São Paulo em algumas semanas

18 jun 2019 - 14h08
(atualizado às 14h26)
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O aplicativo de entregas de comida iFood começou a testar nesta quarta-feira, 18, um novo tipo de serviço: pedidos de compras de supermercado. Conhecida pelo serviço de delivery de refeições, a startup iniciou as novas operações nas cidades paulistas de Campinas e Osasco. Segundo Diego Barreto, diretor financeiro da empresa, o plano é chegar à cidade de São Paulo "em algumas semanas". "Monitoramos os hábitos de consumo de comida dos brasileiros há tempos e percebemos uma alta na demanda por pedidos desse estilo", conta Barreto ao Estado.

Ao contrário do que fazem aplicativos que já operam no mesmo setor, o iFood não terá um supermercado como parceiro fixo na nova empreitada. "Como empresa que tem presença nacional, precisamos de parcerias agnósticas", explica o executivo. Os primeiros mercados a participar do programa são o Castanha Supermercado, em Osasco, e as redes Taquaral e Guará, no interior paulista, em um acordo feito com a plataforma de compras online SiteMercado.

Por enquanto, os clientes poderão pedir itens gerais, congelados, hortaliças, carnes, bebidas, itens de higiene e produtos de limpeza. Será possível pagar pela internet ou no momento da entrega, de forma semelhante ao que já acontece com a entrega de refeições. Segundo o iFood, os testes iniciais não terão taxa de entrega, mas só será possível pedir oito itens por compra e o valor mínimo deverá ser de R$ 15. Mais do que isso, no entanto, a meta da empresa por agora é conhecer a demanda dos usuários. "Será que os brasileiros ainda fazem duas compras por mês, com alto volume? É algo que queremos descobrir", diz Barreto.

Entregadores farão pedidos de refeições e de produtos

A meta da empresa é conseguir ter ao menos um estabelecimento parceiro no raio de 4 ou 5 quilômetros do usuário, a fim de conseguir realizar os pedidos de forma cada vez mais rápida. Para isso, o iFood também pretende utilizar muita inteligência artificial, por exemplo, para conseguir conectar os entregadores mais próximos de supermercados e de clientes. É uma das áreas de foco de contratação da empresa para a próxima temporada, como revelou ao Estado o presidente executivo do iFood, Carlos Moyses, no início deste ano.

Segundo Barreto, os mesmos profissionais que fazem entregas de refeições poderão efetuar os pedidos de mercados. "Há uma sinergia natural no negócio", diz o executivo. Hoje, o iFood tem uma rede de 120 mil entregadores parceiros espalhados em 500 cidades do Brasil. Além disso, a empresa tem uma malha de 66 mil restaurantes e entrega 17,4 milhões de pedidos por mês - dados referentes a março de 2019. Assim como ocorre no negócio de entrega de refeições, o modelo de negócios do iFood para a área de mercearia está baseado em faturar com uma comissão sobre o valor total da compra.

O iFood não se responsabilizará pela compra dos produtos em si - tarefa que caberá ao mercado parceiro -, mas apenas do atendimento ao cliente e das entregas. "Acreditamos que ninguém melhor que o mercado para organizar as compras", diz Barreto. "Nós vamos entregar o que sabemos fazer de melhor: gerar tráfego e fazer boa tecnologia." A iniciativa vai na contramão do que faz o colombiano Rappi, por exemplo, que contrata "compradores oficiais" para buscar pelos produtos dentro dos estabelecimentos.

A nova iniciativa do iFood coloca a startup brasileira em mais uma disputa com a colombiana Rappi, que oferece serviços de mercado e de entrega de refeições por aqui há cerca de um ano. As duas empresas também são donas dos dois maiores aportes já feitos em startups latinas: em outubro do ano passado, o iFood levantou US$ 500 milhões, em rodada liderada pela Naspers e pela Innova Capital, de Jorge Paulo Lemann. Em abril, a Rappi superou esse número ao receber US$ 1 bilhão do grupo japonês SoftBank, que tem despejado dinheiro em startups latinas.

Estadão
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