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Healthtech Hilab anuncia aporte de US$ 10 milhões e já prepara nova rodada

Empresa faz exames laboratoriais e agora tem Endeavor e fundo de Abilio Diniz como investidores, após investimento captado em janeiro; plano é levantar nova rodada em breve

25 nov 2020 - 07h11
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A covid-19 acelerou o desenvolvimento no País das healthtechs, startups da área de saúde. A Hilab, conhecida antigamente como Hi Technologies, foi uma das empresas que surfou a onda. Não é para menos: a startup curitibana atua numa área fundamental para o controle da pandemia, a de exames laboratoriais. Com expectativa de apresentar em 2020 um crescimento de 50 vezes no número de pacientes atendidos, a Hilab anuncia nesta quarta, 25, um aporte de US$ 10 milhões.

Além do cheque, o aporte traz à empresa dois novos investidores: Península Participações, empresa de investimentos de Abilio Diniz, e a Endeavor Catalyst, que já investiu em nomes como Rappi e Creditas. O anúncio, porém, não revela o estágio atual da Hilab. "O investimento foi fechado em janeiro deste ano, mas com o desenrolar da pandemia achamos que era melhor deixar o anúncio para depois", diz ao Estadão Marcus Figueredo, fundador e presidente executivo da Hilab. A ideia era usar o dinheiro para manter a taxa de crescimento de cerca de 30% ao mês apresentada antes da pandemia. Tudo isso mudou.

No final de 2019, o time de infectologia da companhia emitiu um relatório sobre possíveis ameaças para o ano seguinte: duas arboviroses, como a dengue, e uma doença respiratória com origem na China. Com o passar do tempo, a Hilab percebeu a necessidade de investir no desenvolvimento de um teste rápido nesta última. O teste para coronavírus chegou ao mercado em abril e foi adotado por Estados e municípios, tanto na rede privada quanto na pública.

Atualmente, os testes da empresa estão em mais de 1.000 municípios, ante 250 antes da pandemia. A capacidade de produção é de 150 mil testes por dia, capazes de detectar 20 doenças, como HIV, dengue, zika e hepatite, além de gravidez. A ideia é crescer esse número para 100 tipos de exames. Com esse salto, a equipe da Hilab precisou dobrar em 90 dias, de 100 pessoas para 215 - a equipe é formada por profissionais de tecnologia e análise de dados e por gente de saúde e biologia.

A composição da equipe ajuda a explicar o que a Hilab oferece. Com poucas gotas de sangue misturado a reagentes, um pequeno equipamento, também desenvolvido pela empresa, 'digitaliza' o exame. Ele, então, é enviado para nuvem e recebe análise mista, de humanos e de uma inteligência artificial. O resultado é disponibilizado em minutos.

Quebra de barreira

Com uma eventual vacina para o coronavírus, o executivo não acredita que a Hilab perderá os músculos desenvolvidos na pandemia - a empresa apresentou recentemente um teste molecular, conhecido como PCR, para coronavírus. "Claro, não acredito que vamos manter as mesmas taxas de crescimento, mas conseguimos romper uma barreira de público", diz.

Quando começou, em 2017, a Hilab atuava no segmento de clientes que pagavam do próprio bolso por exames, um grupo nichado no Brasil. Com a pandemia, a startup conseguiu entrar nos sistemas de planos de saúde e do SUS. "Conseguimos encontrar outras fontes de pagamentos e a tendência é continuar crescendo", explica Figueredo. "Nesse novo momento, não precisamos gerar demanda. Sempre há gente precisando fazer exames de colesterol, diabetes, HIV e outras doenças", diz.

Durante a pandemia, a empresa conseguiu atingir o equilíbrio do caixa, e já não apresenta mais déficit, uma situação comum em muitas startups. Dessa forma, o executivo diz que a companhia já negocia uma nova rodada de investimentos - essa sim, refletindo o seu tamanho atual.

Estadão
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