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Fintech de crédito a55 recebe aporte de US$ 35 milhões para expandir atuação no México

Com plataforma de métricas, startup concede crédito baseado em receita recorrente para fazer empréstimos a pequenas e médias empresas

4 mai 2021 - 13h01
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A fintech brasileira a55 anuncia nesta terça-feira, 4, que recebeu um aporte de US$ 35 milhões, liderado pela Accial Capital e acompanhado por E3 Negócios e Mouro Capital, que já tinha investido na startup em 2020, em rodada avaliada em US$ 6,5 milhões.

A empresa pretende usar o novo cheque inteiramente nas operações financeiras no México, onde a startup também atua desde a sua fundação. O objetivo agora é escalar a atuação no país latinoamericano para "chegar no mesmo patamar em que estamos no Brasil hoje", diz Hugo Mathecowitsch, presidente executivo da a55 e fundador ao lado de André Wetter.

A a55 atua dando crédito para pequenas e médias empresas (PMEs) por meio do modelo de negócio chamado crédito baseado em receita recorrente (ou revenue-based financing), que permite que linhas de empréstimo sejam conduzidas a partir da receita mensal ou anual de uma empresa.

Hugo Mathecowitsch é o CEO e um dos fundadores da fintech a55, que expande negócio no México
Hugo Mathecowitsch é o CEO e um dos fundadores da fintech a55, que expande negócio no México
Foto: Divulgação/a55 / Estadão

O CEO da a55 afirma que esses US$ 35 milhões não se tratam de uma nova rodada de investimento, mas sim de aumentar a capacidade de capital financeiro e de volume de crédito para turbinar a presença em território mexicano. E a entrada da Accial Capital, especializada em investir em startups de crédito de países emergentes, deixa tudo mais fácil.

"A Accial é uma das maiores do mercado e tem grande atuação no México", conta Mathecowitsch. "Conseguir esse investimento é um grande reconhecimento e mostra a confiança em nosso trabalho."

Em 2020, a startup diz que cresceu cerca de 500% e tem perspectiva de manter o ritmo de crescimento em mais 600% em 2021. Até esse novo aporte, a meta para 2022 era de superar R$ 1 bilhão de crédito no Brasil e de US$ 100 milhões no México.

Guia Bolso invertido

A a55 é o "Guia Bolso ao contrário", brinca Mathecowitsch. Isso porque ambas oferecem crédito e um painel para que os clientes possam administrar suas receitas — mas o Guia Bolso trata só de pessoa física e começou a ceder crédito depois de já ter ficado conhecido como uma plataforma de organização financeira. Já a a55, focada em b2b, é o contrário: nasceu na área de crédito e hoje permite que as empresas monitorem métricas de balanço.

"Com essa tecnologia, a gente acompanha as dinâmicas de faturamento e monetização de clientes. E não somente conseguimos amortizar as linhas de faturamento, mas conseguimos prever problemas, antever possíveis quedas e renegociar a tempo as dívidas", explica Mathecowitsch, acrescentando que a solução tem sido muito útil em meio à pandemia de covid-19, em que as PMEs sofrem oscilações bruscas no faturamento.

Para Guilherme Horn, conselheiro da Associação Brasileira de Fintechs (Abfintechs), a a55 enfrenta obstáculos ao tratar de empresas que podem ser tão fragilizadas na pandemia, mas há segmentos que vão bem, como alimentação. "Mas o risco sempre tem", diz o especialista. "O modelo de negócio de crédito baseado em receita recorrente ainda é incipiente no Brasil e foge do tradicional, mas é bem comum em outros países. Tem grande potencial."

Estadão
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