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'Empreendedora', Link School of Business abre as portas em SP com mensalidade de R$ 8,9 mil

Inspirada em modelo americano, instituição de ensino começa atividades em agosto, com aceleradora própria e viagens acadêmicas ao exterior

4 jun 2020 - 07h11
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Formação de empreendedores e construção de empresas. Essa é a proposta da Link School of Business, escola de negócios que desembarcou em São Paulo e inicia sua primeira turma de alunos em agosto de 2020. Na grade curricular, matérias de empreendedorismo colocam lado a lado a proposta de formar administradores e sócios da faculdade. A ideia de criar um curso superior de Administração que se aprofundasse em aspectos de empreendedorismo surgiu do administrador de empresas Alvaro Schocair, depois de trabalhar com modelos de negócios de escolas americanas.

"Acompanhei o processo aqui e algumas coisas nos chamaram a atenção. A primeira delas é o fato das nossas escolas estarem muito à parte do mercado de trabalho. Você tem um prédio que é basicamente uma escola e você não tem nada de ligação com empresas", diz Schocair, ao Estadão. "Outra coisa que a gente percebia era a falta de inovação. Aqui nas escolas locais, a gente via professores antigos dando aulas de uma forma antiga, então muito pouco processo inovador, com pouca tecnologia."

As particularidades da Link começam no sistema de seleção — "aqui a gente evita até a palavra vestibular", diz Schocair. De acordo com o fundador, um dos propósitos da instituição é selecionar os alunos com maior afinidade com o propósito de administrar uma empresa e construir ou alavancar o seu negócio. Para isso, um processo baseado em entrevistas e atividades voltadas para o mundo empresarial foi a forma de ingresso adotada, em parceria com a XP Investimentos, Google, Ambev e Stone.

Nas aulas, marcadas para começarem em 3 de agosto — presenciais ou pela internet, a depender do avanço da pandemia— a turma inicial de 50 alunos vai ter apoio do Google For Education e das tecnologias aplicadas. A grade horária em período integral vai permitir que os alunos dividam a rotina entre as salas de aula, em disciplinas de ferramentas de negócios, por exemplo.

Schocair afirma ainda que, no período da tarde, os estudantes vão frequentar uma espécie de aceleradora, chamada pela instituição de de venture lab, para iniciar ou estruturar suas próprias empresas ao longo da graduação. Mesmo com a incerteza do retorno de atividades por conta da pandemia de coronavírus, o fundador da escola afirma que a instituição está pronta para começar suas atividades.

"Se for preciso começar só no digital, nós vamos começar da mesma maneira que boas escolas tiveram que se adaptar. Nós temos a vantagem que não precisamos adaptar ninguém, já nascemos dessa maneira. Os professores estão preparados, o Google já nos treina há 4 ou 5 meses. Mesmo antes da pandemia, já tínhamos o programa a distância, que era passível de ser dado".

Outro diferencial da faculdade é o programa internacional em parceria com instituições como as universidades de Stanford, Disney, London School, Tel Aviv, Harvard e Xangai. Schocair conta que, inclusive, uma parte obrigatória da grade curricular deve ser cumprida em uma das instituições fora do País.

"O programa internacional que a gente tem aqui dentro envolve aulas de instituições estrangeiras. Três desses programas são aulas dadas por professores dessas universidades exclusivamente para os alunos da Link. Os programas da Disney, Tel Aviv e Xangai, são viagens que os alunos fazem e são parte obrigatória do nosso programa pedagógico", explica.

Para Cristiano Kruel, chefe de inteligência e inovação da Startse, a atenção ao empreendedorismo no curso de administração traz vertentes diferentes para a formação do aluno.

"Para mim existe uma diferença entre administração e empreendedorismo por si só. Um se entende que é mais gerir o negócio criado, e o empreendedorismo a gente está falando inclusive do nascimento de empresas. E hoje, mais do que nunca, não existe negócio pronto que não precise nascer todo dia. A educação exige novos modelos de negócios. Temos que estar mais abertos a novas experiências educacionais", afirma Kruel.

Ainda, segundo ele, o próprio caráter inovador da escola pode ensinar aos alunos como seus próprios negócios serão capazes de avançar ao longo do tempo. "Toda vez que alguém traz uma proposta inovadora, ninguém sabe se vai dar certo ainda. Quanto mais inovador, menos certeza você tem que vai dar certo, essa é a lógica do empreendedorismo".

O investimento para fazer parte da Link School of Business, no curso de administração que recebeu 5 estrelas do MEC, não fica por menos: a mensalidade, para quem estiver interessado nas facilidades da escola, é de R$ 8,9 mil. Mas há a possibilidade de bolsas de estudo. Schocair afirmou que 30% das vagas são reservadas para a modalidade, com descontos de 1% a 100%, a depender da necessidade do aluno aprovado no processo seletivo. Segundo ele, as bolsas contemplam todas as atividades pedagógicas, incluindo as viagens internacionais.

"A gente fez um investimento na Link que se divide na estrutura do prédio, em um fundo de bolsa de estudos e um fundo para investir nas empresas que podem surgir dentro da faculdade, potencializando a chance de gerar dinheiro para o aluno".

Ao decorrer do curso, os alunos vão se tornando, também, acionistas da escola, com a aquisição da cota de participação de 10% da Link, inserida na mensalidade. Projetada para ser uma escola que gera lucro, a instituição também planeja a expansão de campus fora da capital paulista, com uma unidade no Vale do Silício, na Califórnia, até 2025, e uma na Europa ou na China, até 2027.

"Somos uma escola que tem por objetivo ter lucro e que permite que tanto alunos quanto professores, ao longo dos anos, se tornem sócios. Logo depois do primeiro ano já devemos ter esse movimento. A Link também vai passar a ter uma participação em todas as empresas que forem criadas ali dentro. Daqui uns 15 ou 20 anos, a gente vai se assemelhar muito mais a um grande fundo de venture capital vestido de escola do que uma escola que gera empresas".

*É estagiária, sob supervisão do editor Bruno Capelas

Estadão
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