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Em seu primeiro ano, gestora Igah Ventures levantou fundo de US$ 130 milhões

Sem fanfarra, firma iniciou captação de recursos e já fez aportes em seis startups

5 fev 2021 - 09h10
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Apesar de um lançamento sem fanfarra, a firma de venture capital Igah Ventures teve uma marca importante a comemorar no ano de estreia: a captação para o seu fundo de investimentos foi de US$ 130 milhões, superando a meta inicial de US$ 100 milhões. Sorte de principiante? Nem tanto. De novo nessa história só há o nome da gestora.

Os nomes por trás da Igah acumulam bagagem - ela nasceu da junção de duas empresas com rodagem: a e.bricks ventures (de Pedro Melzer, Eduardo Melzer e Márcio Trigueiro), e a Joá Investimentos (de Luis Felipe Magon, Gilberto Sayão, Rodrigo Xavier e Luciano Huck, o apresentador). Como conta Pedro ao Estadão, o objetivo da união era bem claro: mirar investimentos em startups com modelos de negócio que entregam eficiência, que podem crescer muito, e com um planejamento econômico eficiente.

Apesar de o novo fundo ser oficialmente apenas o primeiro da Igah, para Pedro esse já é o seu fundo de número três. "Em 2013, lançamos o fundo 1 da e.bricks de R$ 100 milhões. Em 2017, foi a vez do fundo 2, de R$ 200 milhões. No final de 2019, terminamos de alocar o fundo 2 e começamos a conversar com os sócios da Joá", diz. "Vimos uma possibilidade de juntar forças". Foi assim que o fundo três virou o primeiro fundo da nova sociedade.

Inicialmente, o novo fundo abriu com US$ 20 milhões, com recursos dos sócios e de investidores mais próximos. O processo travou quando a pandemia de covid-19 explodiu em março - o que motivou também o silêncio em relação ao surgimento da firma. A captação de recursos só foi retomada em agosto.

No caminho, a empresa aportou em seis startups (Acesso Digital, Avenue, Conexa, Dr jones, 1 2 3 Beauty e Bxblue, este último o mais recente) e deve anunciar investimentos em mais duas nas próximas semanas - a firma já começa a aparecer em rodadas junto de gigantes como Softbank e General Atlantic. Segundo Pedro, a ideia é aportar em cerca de oito startups em 2021. "Nosso foco são rodadas de série A, que são cheques entre US$ 5 milhões e US$ 7 milhões por empresa. Em algumas situações, podemos até fazer um cheque de US$ 1 milhão num estágio de seed ou um cheque acima de US$ 10 milhões", diz ele.

Segundo ele, a gestora, que conta com uma equipe de 12 pessoas, ajuda as startups debaixo de seu guarda-chuva de três maneiras: desenvolvimento de plano de negócios, contratação de talentos e captação para rodadas subsequentes.

'Tropicalizar' os aportes

Em um momento no qual surgem novos fundos e gestoras, Pedro diz enxergar uma característica única do Igah: uma ligação estreita com o ecossistema brasileiro.

"Temos de nos inspirar em mercados mais maduros, como EUA e Ásia, mas precisamos fazer uma tropicalização. É preciso entender as particularidades do Brasil", diz. "O Brasil é um país cíclico e a janela para o IPO o às vezes não existe. E as startups vão precisar de capital privado", diz.

"No Brasil, não é óbvio que você possa ter um ou dois unicórnios por fundo. A lógica de 'vou colocar várias startups para dentro [do portfólio] que uma ou duas compensam' não funciona", diz. "Aqui é preciso ter um portfólio mais balançeado". Entre os setores preferidos da Igah estão fintechs, healthtechs, edtechs, SaaS e empresas que servem o consumidor final.

Atualmente, várias startups brasileiras arriscam movimentos de internacionalização. Poderia a Igah trilhar caminho parecido e investir em startups estrangeiras? "Falo com humildade: nossa fortaleza está em olhar as oportunidades e ajudar o Brasil", diz.

Estadão
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