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Com open banking, Quanto almeja ser a fintech que ajuda os bancos

Startup tem infraestrutura que permitirá a instituições financeiras trocarem dados de clientes quando novo sistema for implementado; solução chamou a atenção de Bradesco e Itaú

26 out 2020 - 05h10
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Quando olhou para a legislação europeia de open banking em 2015, o empreendedor Ricardo Taveira entendeu que era questão de tempo para o sistema - que facilita o compartilhamento de informações financeiras de clientes entre as instituições - chegar ao Brasil. Foi dessa aposta que nasceu a Quanto, fintech paulistana que atua nos bastidores do mercado financeiro. Em vez de desafiar os bancos, ela quer unir todos os jogadores do setor em uma única infraestrutura, que pode ser usada para trocar dados facilmente e com segurança.

"Tínhamos consciência de que estávamos chegando cedo no mercado. Por isso, nosso primeiro objetivo era explorar as fronteiras e definir as estruturas do sistema até chegarmos em 2021, que é o ano em que tudo vai acontecer no setor", afirma Taveira. Ele fundou a Quanto em 2016, depois de experiências anteriores em fundos de venture capital como o Monashees. O novo sistema já foi regulamentado pelo Banco Central e pelo Conselho Monetário Nacional e sua implementação, que será em quatro etapas, deve começar em novembro.

Na prática, o serviço da Quanto facilita serviços a partir da capacidade de compartilhar cadastro com mais de um banco ao mesmo tempo. "Isso tende a trazer bastante competitividade para o mercado bancário, à medida que você pode, com poucos cliques, cotar empréstimos de vários provedores diferentes, aproveitando seus dados de cadastro de open banking", diz o fundador da fintech. O modelo de negócios da Quanto é baseado na cobrança de uma licença das empresas que quiserem receber os dados de usuários.

O ano de 2020 foi decisivo para o futuro da Quanto. Com o isolamento social e a consequente digitalização de serviços financeiros, o open banking se fortaleceu como recurso para sofisticar a distribuição e o consumo online. O sistema promete viabilizar processos complexos na internet, como a cotação de financiamentos imobiliários. Além disso, em setembro, a fintech recebeu uma rodada de investimento de US$ 15 mi liderada por Bradesco e Itaú, os dois maiores bancos privados do País — houve participação também dos fundos Kaszek Ventures e Coatu.

Para Taveira, o aporte deixa uma mensagem para o mercado: "Não é comum ver bancos concorrentes atuando como investidores minoritários. Tipicamente vemos notícias de bancos adquirindo startups", afirma. "Essa mudança de paradigma é fundamental para mostrar que o open banking é algo que, seja grandes bancos ou fintechs, todos têm a ganhar. E, no final, quem é favorecido é o cliente".

O novo cheque vai permitir que a Quanto dobre sua equipe de 45 pessoas até o final do ano. Atualmente, além de protótipos, a fintech já trabalha com instituições financeiras para criar serviços e arquiteturas voltado ao open banking. "Temos um desafio muito grande em termos de tempo de entrega até o open banking entrar no ar", diz Taveira.

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Estadão
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